Jovem é indiciada por incêndio que matou cinco crianças em Barroso

Thais Oliveira - Hoje em Dia
02/10/2014 às 17:40.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:26
 (Bruno Ferreira/Jornal Barroso em Dia)

(Bruno Ferreira/Jornal Barroso em Dia)

Foi concluído, nessa segunda-feira (29), o inquérito que investigou a morte de cinco crianças, no bairro Jardim Europa, em Barroso, na região Central de Minas. As crianças morreram após um incêndio, dentro de casa, em 26 de abril deste ano. Para a Polícia Civil, Amanda Guimarães, de 19 anos, foi negligente. A jovem foi indiciada por incêndio culposo com o agravante de ter resultado em morte. O crime tem a mesma pena do homicídio culposo, quando não se tem a intenção de matar, acrescido de um terço. Por isso, se for condenada, ela pode pegar até quatro anos de prisão. O inquérito foi enviado à Justiça, que irá julgar a jovem.   Amanda perdeu dois filhos na tragédia, Ketelin, de 3 anos, e David, de um ano. As outras três crianças eram da irmã de Amanda, são elas: Rafaela Camila Guimarães Martins, de 5 anos, Beatriz, de 2 anos, e Gustavo, de 1 ano, filhos de Greice Kelly Francisca Guimarães, de 24 anos.   Segundo o delegado responsável pela investigação, Alexsander Soares Diniz, da Delegacia de Barroso, o incêndio foi provocado por uma das crianças, na sala do imóvel. O inquérito aponta que uma caixa de fósforo estava em cima de um rack, local de fácil acesso pelas vítimas. “No cabelo de uma das crianças, foi encontrado um palito de fósforo queimado. Além disso, em cima da cama de uma delas tinha uma caixa de fósforo vazia e duas pontas de cigarro. No chão desse quarto, tinha também um cinzeiro”, informou o delegado.   Conforme Diniz, as crianças estavam brincando com fogo na sala da residência e tecidos que estavam espalhados pelo local contribuíram para a propagação das chamas. “As irmãs Amanda e Greice faziam um 'bico' que era enrolar novelos. Depois, elas entregavam esses novelos, que eram usados para fazer tapetes artesanais. Esses tecidos estavam guardados em sacolas e espalhados pela sala. Noventa por cento dos tecidos pegaram fogo em menos de três minutos”, afirmou.    Precedente    Na noite anterior à tragédia, as crianças já tinham colocado fogo em um arranjo artificial que ficava em cima do rack, na sala do imóvel. “Na ocasião, a Amanda conseguiu controlar o incêndio que não causou danos mais graves. Esse precedente é um agravante no caso”, informou o delegado Alexsander Soares Diniz.   O incêndio   No dia 26 de abril de 2014, haviam cinco crianças e quatro adolescentes, além de Amanda, na residência. O delegado Alexsander Soares contou que os jovens e Amanda foram dormir por volta das 4h e que não acordaram quando o incêndio começou.    As chamas inciaram por volta das 9h30 daquele dia. Uma das crianças teria gritado por Amanda, mas quem escutou foi uma das amigas, que era também tia dos pequenos. A adolescente viu o clarão do fogo e acordou Amanda e a outra jovem. As três conseguiram pular pela janela do quarto. Antes disso, Amanda teria tentado entrar na sala, mas não conseguiu, pois as chamas já haviam se alastrado.   Os dois adolescentes estavam em outro quarto e também conseguiram se salvar ao pular pela janela. As cinco crianças ficaram na casa. Quatro morreram antes da chegada do socorro médico. De acordo com Diniz, Ketelin, David e Beatriz morreram queimadas e por asfixia. Gustavo morreu carbonizado.   Rafaela Camila Guimarães Martins, de 5 anos, foi socorrida com vida por um helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas morreu no dia seguinte, em 27 de abril. Rafaela morreu com 70% do corpo queimado.   A irmã de Amanda, Greice Kelly Francisca Guimarães, não estava na casa porque tido contrações por causa da gravidez de oito meses na noite anterior à tragédia e foi para o hospital. Na época, Greice Kelly teria ficado em estado de choque ao saber do ocorrido. 

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