Jovem mineira quer trazer da Nasa habilidades para incrementar a agricultura

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
21/05/2015 às 06:27.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:08
 (Carlos Henrique)

(Carlos Henrique)

Ela tem apenas 23 anos, mas conseguiu transformar um projeto inovador em uma façanha digna de prêmio com cara de internacional. Da Nasa, nos Estados Unidos, para onde embarca nas próximas semanas, Mariana Vasconcelos, carregará mais do que o natural fascínio de ter pisado em um centro de estudos da Agência Nacional Americana. Trará na bagagem conhecimento suficiente para aprimorar a tecnologia de um aplicativo e render bons frutos à agricultura de Minas.

A jovem, de Itajubá, no Sul do Estado, é co-fundadora do aplicativo AgroSmart, uma plataforma digital que utiliza sensores espalhados pela plantação para definir a quantidade perfeita de água a ser usada na irrigação de lavouras. O objetivo é reduzir o desperdício do recurso natural.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 50% da água empregada para essa finalidade, no mundo, são jogados fora.

Sustentabilidade

Vencedora do prêmio Call to Innovation (Chamado para a Inovação, na tradução livre), idealizado pelo Fiap (importante centro de ensino em tecnologia, inovação e negócios do Brasil) em parceria com a Singularity University, da Nasa, a administradora pretende utilizar a experiência, adquirida nos próximos três meses, em prol da sustentabilidade, sobretudo em Minas.

“Voltarei mais madura e, com certeza, vou ter muito a agregar no trabalho que realizamos. Além da economia de água e energia, vamos desenvolver aplicativos no sentido de aprimorar a adubação e o controle geral das plantações. Já temos novos projetos em vista, mas ainda não podemos adiantar do que se tratam”, adianta.

Três meses

O AgroSmart começou a ser desenvolvido em setembro do ano passado e, após constantes aprimoramentos, em três meses estava apto a ser comercializado. Atualmente, o sistema, que funciona integrado à internet, é dotado de informações suficientes para ser implementado imediatamente em culturas de feijão, milho, cana-de-açúcar, café, laranja e soja.

O custo da plataforma digital, entretanto, ainda não foi fixado, pois varia conforme o tipo de terreno, de solo, com o relevo e tamanho da propriedade. Para ter acesso ao aplicativo, é preciso fazer um breve cadastro no agrosmar.com.br.

500 concorrentes

Com a conquista do prêmio, a jovem administradora, que desbancou mais de 500 concorrentes – entre brasileiros e estrangeiros naturalizados no país –, faturou uma bolsa de estudos de cerca de R$ 90 mil para estudar na Singularity University, que funciona em um centro de pesquisas da Nasa, no Vale do Silício, na Califórnia (EUA).

O curso, que terá duração de três meses, reunirá empreendedores do mundo todo com o objetivo comum de potencializar conhecimentos em tecnologia.

O Call to Innovation foi idealizado pela Fiap em 2009. A proposta era melhorar a vida de milhões de pessoas por meio da tecnologia. A partir da primeira edição, o projeto foi replicado pela Singularity University em mais de 25 países.

Curso nos EUA terá duração de três meses, a partir de 11 de junho

Deputados mineiros buscam parceria para viabilizar uso do app

Agricultores do Norte de Minas podem se beneficiar, em breve, das vantagens do aplicativo AgroSmart. A Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa se reuniu nesta quarta-feira (20) com a fundadora do app para discutir a viabilidade da tecnologia nas propriedades da região.

Presidente do colegiado, o deputado Gil Pereira (PP) disse que vai buscar parceiros para fomentar a tecnologia, sobretudo nas regiões mais áridas do estado, afetadas durante boa parte do ano pela escassez de água.

“É um sistema que favorece o agricultor de maneira geral e pode incrementar ainda mais a agricultura, à medida em que facilita o manejo, indicando a quantidade ideal de água e evitando o desperdício”, avaliou. O objetivo, segundo o deputado, é aplicar a tecnologia não só nas culturas de grandes agricultores, como também nas pequenas propriedades.

Destaque

O Norte de Minas se destaca como importante polo de fruticultura, principalmente de banana, limão e manga. Um dos principais projetos da área, o Jaíba, tem aproximadamente 1.830 pequenos produtores, 90 de médio porte e cerca de 50 empresários. Já o Gorutuba tem área irrigável de 4.734 hectares, dos quais 2.473 hectares pertencem a agricultores familiares.


 

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