Juiz de fora tem 100% de leitos ocupados e decreta lockdown a partir de segunda para conter Covid-19

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
07/03/2021 às 13:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:21
 (Prefeitura de Juiz de Fora/Divulgação)

(Prefeitura de Juiz de Fora/Divulgação)

Juiz de Fora, localizada na Zona da Mata, entrará em lockdown a partir desta segunda-feira (8). A decisão foi divulgada na manhã deste domingo (7) pela prefeita do município, Margarida Salomão. Apenas atividades essenciais, que são “estritamente imprescindíveis” poderão funcionar a partir das 00h de amanhã. A cidade passa por um esgotamento do sistema de saúde e tem hoje 100% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinados aos pacientes com Covid-19 ocupados.

Na prática, o município estará na Faixa Roxa, a mais restritiva do programa Juiz de Fora pela Vida e classificada como lockdown. Inicialmente, o decreto terá validade de uma semana. Está autorizado o funcionamento apenas de supermercados, mercearias, padarias, farmácias e implementos veterinários. O sistema bancário deverá funcionar em horário estendido e sem filas nas portas das agências. A frota de ônibus deverá circular com 100% dos carros. Está proibida a circulação de passageiros em pé. Todos os serviços da Prefeitura continuarão funcionando presencialmente.

A medida foi tomada nesta manhã após a cidade atingir 100% de ocupação dos leitos de UTI reservados para pacientes com a doença. Segundo a chefe do Executivo municipal, também há a possibilidade de esgotamento de recursos como remédios, respiradores e oxigênio.  

“Uma situação de restrição absoluta, por força do quadro crítico que nos encontramos, com esgotamento dos recursos de saúde da cidade. Nós temos hoje 100% dos leitos de UTI ocupados e temos uma lotação dos leitos da região. Estamos trabalhando arduamente para ampliar os recursos disponíveis, mas estamos também determinando uma limitação da vida social”, disse Margarida Salomão em coletiva de imprensa realizada neste domingo.

A prefeita informou, ainda, que uma reavaliação do quadro será feita em uma semana, para que sejam definidos os próximos passos. "A situação é tão grave que nós começamos a ter também uma exaustão do sistema funerário. Estamos atravessando um período de contaminação muito forte, de tal modo que a situação se degradou nas últimas horas de forma muito intensa e com muita velocidade. Por isso estamos decretando a restrição máxima das atividades sociais”, concluiu.

Nas redes sociais, Margarida informou que a fiscalização será rigorosa e que busca ampliar os recursos de saúde disponíveis, como leitos SUS. “Se for necessário, vamos fazer requisição de leitos privados. Tudo para garantir o amparo da população de Juiz de Fora”, disse. 

Pandemia na cidade

Juiz de Fora registrou, até ontem (6), 844 óbitos ocasionados pela doença e 20.692 infectados pelo novo coronavírus, segundo boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura da cidade. Foram duas mortes em um dia. Outros 62.425 casos estão sob suspeita e são investigados. 

Situação em Ribeirão das Neves

Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também atingiu100% da capacidade dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados aos pacientes com Covid-19. Todas as dez vagas estão ocupadas no município e pelo menos três pacientes aguardam transferência para hospitais de outras cidades.

A informação foi dada pela superintendente de Urgência e Emergência da secretaria Municipal de Saúde da cidade, Juliana Leroy, em entrevista ao MG1 de sábado (6). “Assim como os outros municípios, nós estamos caminhando para um colapso do sistema de saúde. Estamos aguarda posicionamento para ampliação de leitos e vendo como vai se comportar agora estando em onda vermelha”, disse.

Ela afirmou, ainda, que no fim de 2020 a cidade passou por uma situação parecida. “Não é a primeira vez que a cidade passa por essa situação. Houve um aumento significativo agora nos últimos dias. A população está cada vez mais nas ruas e menos consciente. Isso atrapalha muito e percebemos o aumento no número de casos”, concluiu.

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