Justiça determina que governo federal pare campanhas que estimulam o uso do 'kit Covid'

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
30/04/2021 às 20:04.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:49
 (Reprodução/TJMG)

(Reprodução/TJMG)

Uma liminar emitida pela Justiça Federal em São Paulo determinou, nessa quinta-feira (29), que o governo federal pare de promover campanhas publicitárias que incentivam o uso dos medicamentos do “Kit Covid” no “tratamento precoce” contra Covid-19. A decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto, da 6ª Vara Cível Federal do Estado paulista foi divulgada nesta sexta-feira (30).

A reportagem tentou contato com a Justiça Federal de São Paulo, mas ninguém foi localizado. Segundo o G1, a medida atende a uma ação civil protocolada por Luana Zarattini Brandão (PT), que foi candidata a vereadora na cidade no último pleito, contra o ex-secretário de Comunicação da Presidência, uma agência de propaganda e influenciadores digitais, que teriam sido contratados ao custo total de R$ 23 mil.

Ainda conforme o portal, a Justiça entendeu que a campanha com os influenciadores está incluída entre as ações da União a fim de estimular o “tratamento precoce”, como o aplicativo do Ministério da Saúde “TrateCov”, que recomendava o “kit”, retirado do ar após pedido do Conselho Federal de Medicina.

Na decisão, também foi citada a postagem do Ministério da Saúde que dizia que a orientação para prevenir a enfermidade era não esperar. “Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores as chances de recuperação. Então, fique atento! Ao apresentar os sintomas da Covid-19, #NãoEspere, procure uma Unidade de Saúde e solicite o tratamento precoce”, diz a publicação.

O chamado “tratamento precoce” é composto por um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina. A Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já se manifestaram contra o uso dos fármacos e afirmam que nenhuma medicação previne a doença.

O Hoje em Dia também procurou o governo federal para questionar se iria recorrer da decisão, porém não foi respondido até a publicação da matéria.

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