(Maurício de Souza)
A Justiça mineira negou os pedidos de habeas corpus dos dois delegados e dos dois investigadores da Polícia Civil de São Paulo envolvidos em um tiroteio com agentes de segurança de Minas Gerais. Na confusão, que aconteceu durante uma transação envolvendo R$ 14 milhões em notas falsas, um policial civil mineiro morreu. Um empresário, que era dono da empresa de segurança que fazia a escolta de um empresário paulista, também foi baleado e morreu dias depois. Um terceiro ferido permanece internado.
Ao negar a liberdade dos quatro suspeitos, o desembargador Júlio Cezar Guttierrez, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), argumentou que a prisão preventiva foi muito bem fundamentada pelo juiz que determinou a reclusão. Ele reconheceu, ainda, a gravidade dos fatos e destacou que as investigações ainda estão na fase inicial.
Além disso, no despacho, o desembargador considerou que não há constrangimento ilegal na prisão dos policiais e que o fato dos suspeitos serem réus primários, por si só, não é suficiente para fundamentar a soltura dos investigados neste momento. O advogado dos policiais foi procurado pela reportagem, mas não retornou as ligações.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas e pela Polícia Federal. Esta apura se o empresário envolvido na transação fazia parte de uma quadrilha que aplica golpes com cédulas falsas em pessoas de todo o país e que tem base na Zona da Mata mineira.
Golpe
De acordo com as investigações da Polícia Civil de Minas, um empresário paulista seguiu de helicóptero para Juiz de Fora, onde trocaria dólares por reais com um empresário mineiro. Para fazer a transação, ambos contrataram seguranças "vips". O paulista estava escoltado por nove seguranças, sendo oito policiais de São Paulo. Já o mineiro estava recebendo a proteção de policiais civis de Minas.
Durante a transação, porém, alguém constatou que parte do dinheiro era falsa, momento em que teria iniciado o tiroteio. Com os envolvidos foram encontrados R$ 15 milhões, sendo que R$ 14 milhões eram em notas falsas.
O empresário paulista deixou a cena do crime em uma aeronave particular com destino a São Paulo. Dias depois ele se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e negou que estivesse fazendo uma transação ilegal. A Polícia Civil de Minas Gerais aguarda resultado da perícia para saber de quais armas partiram as balas trocadas no tiroteio.
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