Justiça aumenta prazo para delegado concluir inquérito sobre queda de viaduto

Hoje em Dia
29/01/2015 às 10:28.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:50
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A Justiça mineira prorrogou, pela segunda vez, o prazo para a conclusão do inquérito sobre a queda do viatudo Batalha do Guararapes, na avenida Pedro I, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Com a nova dilatação do prazo, o delegado Hugo e Silva, responsável pela investigação, terá mais 30 dias para apuração do caso.   O pedido foi deferido pelo Ministério Público na terça-feira (27) e remetido para a delegacia. A Polícia Civil informou que o documento está em trâmite entre Fórum e a delegacia. Somente após esse procedimento, o prazo começa a ser contado. Em setembro, Silva já havia solicitado mais 90 dias para apurar o caso. O viaduto caiu em 3 de julho, durante a Copa do Mundo, matando duas pessoas e deixando outras 23 feridas.   Laudo   Apesar do inquérito ainda não ter sido finalizado, a Polícia Civil já apontou algumas das possíveis causas do acidente. A redução na quantidade de materiais utilizada na construção do viaduto “Batalha dos Guararapes" seria uma dessas causas que levou o elevado a desabar. A conclusão consta no laudo técnico do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, que aponta que houve erros de cálculo dos materiais usados no viaduto.    Segundo a corporação, o laudo aponta também problemas referentes ao tamanho dos blocos da estrutura. Já a análise do terreno no entorno do pilar que cedeu não mostra causalidade entre o solo e a queda da estrutura.   A Consol alegou que seu projeto original não foi executado. De acordo com a empresa, foram feitas mais de 40 aberturas (janelas) na laje superior da estrutura, sendo que algumas com dimensões superiores a 2 metros de largura. A Consol alegou que o projeto previa apenas duas aberturas com dimensões de 0,60 x 0,60 metros na laje inferior. A consultora disse que o sistema de protensão (técnica que objetiva aumentar a resistência das estruturas) utilizado não foi o indicado no projeto e reforçou que a protensão não poderia ser executada com essas mais de 40 janelas abertas.   Além disso, a empresa explica que os aparelhos de apoio usados não são os indicados e que as cunhas de nivelamento para os apoios não foram construídas conforme o projeto. Por fim, a Consol relata que foram construídas vigas e paredes transversais dentro da estrutura que também não estavam indicadas em seu projeto.   Já a construtora Cowan, responsável por executar o projeto do viaduto, informou que foram detectadas falhas de concepção do projeto executivo feito pela Consol, o que provocou a queda do ramo sul do viaduto. A construtora Cowan informou que um erro de planejamento do projeto executivo, que apontava a quantidade de aço que deveria sustentar o pilar do viaduto, foi a principal causa do desabamento. Com o erro, um dos pilares afundou, provocando a tragédia. Segundo a Cowan, foi usado apenas um décimo do aço necessário para a construção do bloco de um dos pilares de sustentação do viaduto.   Trincheira   Nesta semana, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que foi aprovado o projeto executivo da construção da trincheira na avenida Pedro I, que irá substituir o viaduto Batalha dos Guararapes.  Segundo a PBH, o projeto é da Consol Engenharia e foi apresentado no início de janeiro.    A aprovação foi feita pela BHTrans e pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), porém, as obras somente iniciarão após a entrega dos detalhamentos do projeto. Em nota, a PBH disse que a obra será discutida com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e com a comunidade, além da própria administração municipal, da Consol e da construtora Cowan.   A Consol assumiu a responsabilidade pela trincheira antes do fim das investigações sobre as causas do desabamento, em acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), no dia 23 de outubro do ano passado. A Cowan, responsável pela construção do elevado, ainda não confirmou se irá executar o projeto da trincheira.   A trincheira, assim como o viaduto, fará a ligação entre os bairros Itapõa e Santa Branca, na Pampulha.  

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