Um homem foi condenado a 21 anos e três meses de prisão após ser acusado de estuprar a neta de sua companheira por seis anos. O caso foi julgado na 2ª Vara Criminal de Divinópolis e o juiz Mauro Riuji Yamane levou em conta que os abusos foram reiterados e desencadearam “enormes consequências de cunho psicológico e físico” para a vítima.

De acordo com o Ministério Público, a menina começou a ser abusada aos 8 anos e apresentou sintomas de estresse pós-traumático, queda no rendimento escolar e agressividade. O homem foi acusado de constranger a menina a atos libidinosos, aproveitando-se do fato de ser companheiro da avó da criança.

De acordo com a denúncia, o homem a beijava e abraçava excessivamente, obrigava a vítima a assistir pornografia com ele, tocava o corpo dela e a coagia a tocá-lo, masturbava-se em sua presença, ejaculando sobre ela, e a ameaçava. Segundo os autos, ele também falava, constantemente, que em breve praticaria sexo com ela.

O réu negou todas as acusações e afirmou que tratava a menina da mesma forma que os demais filhos e netos de sua parceira. Segundo o homem, a adolescente criou a história como forma de retaliação, porque ele descobriu que ela enviou nudes (fotos em que estava nua) pelo celular e tinha medo que ele contasse o caso à mãe dela.

A mãe disse ter observado mudanças no comportamento da filha, com sinais de depressão, crises de choro, automutilação, introspecção e agressividade. Segundo ela, quando o agressor foi preso, em dezembro de 2017, o desempenho escolar e pessoal da vítima melhorou. O réu foi denunciado em fevereiro de 2018.

Para o juiz Yamane, a palavra da vítima se mostrou coerente e rica em detalhes, destacando ainda que ela foi ouvida várias vezes, por policiais, psicólogos e familiares, e se manteve firme na descrição da violência sofrida, que ele caracterizou como um calvário.

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