Justiça dá 48 horas para Backer pagar tratamentos de vítimas de intoxicação

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
05/03/2020 às 20:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:51
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A cervejaria mineira Backer voltou a ser intimada pela Justiça mineira a custear todos os tratamentos médicos das vítimas que foram intoxicadas com as substâncias químicas dietilenoglicol e monoetilenoglicol - após ingestão de bebidas da marca. 

Na decisão, a 23ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou que a Baker e a Khalil Empreendimentos - outra empresa que tem como sócios os donos da cervejaria - comprovem, em 48 horas, que estão cumprido a sentença deferida no último dia 18. Naquela ocasião, a Tribunal de Justiça já havia determinado que a Backer bancasse todos os tratamentos no prazo de 72 horas.

A Polícia Civil investiga 34 notificações de pessoas que teriam sido contaminas após beberem cervejas fabricadas pela Backer. Até o momento, seis vítimas morreram com suspeita de intoxicação. Por isso, a fábrica da Backer foi fechada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A pasta também fez diversos exames e constatou substâncias tóxicas em 53 lotes de cervejas da Backer. Todas as bebidas da marca foram retiradas de circulação.

De acordo com o Ministério Público, a empresa não está cumprindo a ordem alegando não ter dinheiro por causa dos bloqueios de bens. Mas, para o órgão, essa argumentação não procede, "tendo em vista o alto lucro obtido nas nove sociedades componentes do Grupo Econômico Familiar Khalil Lebbos". Flávio Tavares/Hoje em Dia/Arquivo

Cervejaria mineira está fechada por tempo indeterminado após contaminação de bebidas

Ainda conforme o MP, "as empresas se movimentam na tentativa de ocultar e dilapidar o patrimônio, além de descumprirem as determinações judiciais". Por isso, para evitar que todos os bens do grupo sejam ocultados, o órgão solicitou uma série de medidas, como a nomeação de interventor judicial para fiscalização e exibição de extratos bancários de todas as contas da sociedade.

"Todos os fatores apontam que a Backer caminha em destino incerto, que resulta em grave obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos dos consumidores envenenados, dos que faleceram, dos que seguem combatendo as sequelas e dos familiares que vivenciam o drama”, afirmou. 

Por nota, a Backer informou que ainda não foi notificada de nenhuma nova decisão.

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