Justiça dá mais prazo para delegado concluir inquérito sobre rompimento de barragem

Hoje em Dia
04/12/2015 às 12:02.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:12
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A Justiça mineira autorizou a dilação do prazo para conclusão do inquérito sobre o rompimento da barragem Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Região Central de Minas. Com isso, o delegado regional de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante, responsável pela investigação, terá mais dias para apuração do caso. Ainda não foi definido de quanto tempo será a prorrogação.

O prazo legal de 30 dias terminaria neste sábado (5), quando a tragédia completa um mês. Contudo, o delegado se antecipou em pedir mais tempo para o juiz Frederico Esteves Gonçalves, da Comarca de Mariana. “Nosso objetivo era garantir que os trabalhos tivessem prosseguimento, sem interrupção no ritmo das apurações”, destacou.

Segundo a Polícia Civil, a complexa natureza do inquérito foi o principal argumento apresentado por Bustamante no pedido de dilação do prazo, um vez que a investigação demanda inúmeras diligências  e perícias consideradas imprescindíveis para a comprovação das circunstâncias e autoria do episódio. Atualmente, o processo está em fase de instrução, onde todos os envolvidos são ouvidos e apresentam as versões do caso.

Além disso, informou a corporação, o fato de o Ministério Público estar acompanhando o passo a passo da investigação, com os promotores Antônio Carlos de Oliveira e Guilherme Sá Meneghin, contribuiu para a decisão da Justiça.

“Nosso objetivo é garantir mais tempo para a realização de diligências  ainda pendentes, e, se possível, outras tantas que se fizerem necessárias, tendo em vista se tratar de uma investigação criminal onde deverão ser colhidos diversos elementos de convicção. São laudos periciais extremamente técnicos que incluem, por exemplo, o levantamento de danos causados pelo rompimento da barragem que exigem a presença dos peritos nos locais, colhendo e analisando tudo o que for de interesse à investigação criminal”, ressalta Bustamante.

Balanço

Segundo a polícia, o inquérito já está no segundo volume e somando mais de 200 páginas. Até esta sexta-feira, 28 pessoas já foram ouvidas nos autos, entre elas o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi de Aragão. Ele prestou depoimento na Delegacia Especializada de Crimes contra o Meio Ambiente, em Belo Horizonte, no dia 27 de novembro.


Na ocasião, conforme a corporação, Vescovi foi interrogado por uma hora e quinze minutos pelo delegado Aloísio Daniel Fagundes, que integra a equipe de investigação. Além disso, já foram ouvidos profissionais responsáveis por áreas técnicas da mineradora, funcionários terceirizados que estavam trabalhando no local no dia da tragédia e familiares de vítimas.

Corpos

Onze corpos já foram reconhecidos pelos familiares ou identificados pelos institutos Médico Legal (IML) e de Criminalística (IC). Quatro cadáveres ainda aguardam a identificação oficial e oito pessoas permanecem desaparecidas. 

Tragédia

A catástrofe ocorrida no dia 5 de novembro, em Mariana, região Central de Minas, liberou mais de 50 mil toneladas de lama com rejeitos de mineração, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e atingiu o Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo.

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