Justiça Federal manda soltar capivaras na orla da Pampulha

Renata Evangelista - Hoje em Dia
04/03/2016 às 10:48.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:40

Retiradas da orla da Lagoa da Pampulha sob o argumento de que transmitem febre maculosa, as capivaras estão próximas a voltar para o ponto turístico de Belo Horizonte. A Justiça Federal revogou a liminar que impedia a soltura dos roedores.

O principal argumento é de que os animais recolhidos estão sofrendo maus tratos no cativeiro. Além disso, a Justiça Federal destaca que especialistas concluíram que não há risco de transmissão das doenças.

Na sentença, a Justiça Federal ressaltou que "a captura e a manutenção desses animais em cativeiro, sem um plano de manejo adequado, representa ofensa a um bem protegido por Lei. (...) antes de representar uma solução para um problema ambiental antigo, revela-se desencadeador de outro mais grave e imediato".

Procurada pela reportagem do Hoje em Dia, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) ainda não se posicionou sobre a decisão.

Embate

Desde 2014, as capivaras estão sendo retiradas da Orla da Lagoa da Pampulha. O manejo foi alvo de embate e, em 2015, o município ajuizou ação na Justiça Federal contra o Ibama para que não fosse obrigada a soltar os animais capturados, que estão sendo mantidos em cativeiro no Parque Ecológico da Pampulha.

Na ocasião, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) alegou que havia grande risco para a saúde pública, "em razão da maioria das capivaras capturadas estarem contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii, responsável pela febre maculosa". O Executivo também afirmou que os animais já chegaram a invadir a pista do aeroporto da Pampulha, além de estarem destruindo os jardins de Burle Marx, que fazem parte do Conjunto Arquitetônico da Lagoa da Pampulha.

A Justiça concedeu a liminar, proibindo o Ibama de soltar os animais. Contudo o órgão recorreu e, além disso, o Ministério Público Federal (MPF) emitiu laudo técnico veterinário da Fundação Zoo-Botânica, que comprova as péssimas condições em que as capivaras estão submetidas.

Denúncia

O Hoje em Dia noticiou, em novembro de 2015, a alta mortandade dos animais no cativeiro. Na ocasião, dos 52 roedores capturados, somente 19 estavam vivos. Apesar de garantir que os animais recebem alimentação balanceada e cuidados veterinários, a Fundação Zoo-Botânica (FZB) reconheceu que os animais não se adaptaram ao cativeiro prolongado.

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