Justiça orienta famílias sobre como passar por divórcio e separação sem afetar relação com filhos

Janio Fonseca
jfonseca@hojeemdia.com.br
27/08/2018 às 19:51.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:08
 (Robert Leal/Divulgação)

(Robert Leal/Divulgação)

O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca de Belo Horizonte, no bairro Gutierrez, região oeste de BH, está com inscrições abertas para as Oficinas de Parentalidade do segundo semestre. Serão oferecidas três oficinas até o final do ano e o serviço é totalmente gratuito.

As oficinas buscam ajudar famílias que enfrentam processos de separação a lidar com a situação de forma saudável e amadurecida, mantendo os vínculos de ambos os genitores com os filhos, sem interferências que os prejudiquem, evitando práticas de alienação parental e fornecendo a pais, mães, crianças e adolescentes mecanismos para lidar com os desentendimentos e os próprios sentimentos.

Normalmente, os juízes das varas de família recomendam a oficina aos ex-companheiros quando observam a existência de conflito durante o processo de separação. Mas é possível participar da oficina, mesmo que não haja processo judicial em andamento. Em cada edição, podem participar até 20 núcleos familiares. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (31) 3253-2164.

Para o juiz coordenador do Cejusc-BH, Clayton Rosa de Resende, as Oficinas de Parentalidade são um importante instrumento para fornecer aos pais em processo de divórcio uma reflexão sobre a postura deles perante o conflito que se instalou com o término da relação.

Desde a época em que atuava em uma vara de família, o magistrado defende os benefícios da proposta. "Após encaminhar as partes para as oficinas, eu percebia que eles voltavam com outra postura, mais tranquilos e mais conscientes. Graças a esse trabalho, o fim do litígio, através de acordo entre as partes, passou a ser quase sempre certo", recorda.

Os encontros são separados. No primeiro dia participa um dos pais, no segundo, o outro e a criança ou adolescente. A sugestão é que, no segundo dia, venha quem tem a guarda da criança (filhos e pais também participam separados no segundo dia).

Os ex-companheiros recebem orientações sobre o divórcio e a separação, suas consequências na família e como passar por esse delicado momento, sem prejudicar as relações entre pais e filhos e sem envolver os filhos no conflito. No módulo oferecido a crianças e adolescentes, o tema é tratado com linguagem acessível e com dinâmicas em grupo.

A assistente social forense Fátima Salomé é uma das instrutoras e também destaca os efeitos positivos das oficinas nas famílias. Segundo a servidora, as famílias tornam-se mais preparadas para enfrentar o período de crise decorrente do divórcio. “Os pais comumente se tornam mais flexíveis, após as oficinas, para tratarem da guarda e convivência com os filhos”, explica.

A oficina é conduzida por instrutores capacitados em mediação de conflitos que receberam treinamento ministrado por especialistas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O projeto faz parte da política de pacificação de conflitos do CNJ.

Veja as datas e horários das Oficinas Parentais:Arte/TJMG/Divulgação

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