Kalil dá ultimato em professores da rede infantil e determina volta das aulas na próxima semana

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
28/05/2018 às 13:01.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:18
 (Divulgação/Sind-Rede-BH)

(Divulgação/Sind-Rede-BH)

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) deu um ultimato aos professores da educação infantil de Belo Horizonte, em greve desde o dia 23 de abril. 
Em meio as tratativas para atenuar os impactos causados pela paralisação dos caminhoneiros, que chega ao 8º dia, Kalil determinou a data para que os profissionais retomem às atividades, sob pena de ver a negociação voltar a estaca zero. 

“A negociação está aberta desde que eles entraram em greve. A única novidade é que eu determinei que, segunda-feira (4), quando a prefeitura volta ao normal, se as professoras não voltarem a sala de aula, para depois de 24h, sentarem com o prefeito, a proposta de 20% de aumento, de subir quatro níveis dos nove que eles reivindicam há 14 anos, e de sentar em dezembro para uma nova negociação, vai ser retirada”.  
O prazo foi estendido em função do decreto de ponto facultativo assinado pelo prefeito, nessa segunda-feira, que suspende as atividades nas repartições públicas até o final da semana, incluindo as escolas.  

Professores repudiam decisão 

A decisão do prefeito Alexandre Kalil de determinar a data para o retorno das atividades nos centros de educação infantil gerou a insatisfação dos professores. 

Uma das líderes do movimento, a professora Cida Melo questiona o posicionamento de Kalil, e revela que a prefeitura ainda não deu um retorno sobre a contra-proposta enviada pelos representantes dos professores há alguns dias. 

“Nós só queremos a negociação. Ele (Kalil) está agindo como criança ao tomar essa atitude. Inclusive, eles têm em mãos uma contra-proposta, enxuta, dentro das condições da prefeitura, e ele ainda não deu qualquer retorno”, explica. 

Segundo a professora, haverá uma nova assembleia entre os professores e os representantes sindicais da classe, nesta terça-feira. Apesar da ordem do prefeito, Cida entende que a tendência é de que a paralisação continue.

Greve

Em greve desde 23 de abril, professores da rede municipal pedem equiparação de carreira entre os que trabalham nas Umeis e os do ensino fundamental. De acordo com o Sindicato, cerca 4,2 mil docentes (70% dos profissionais) aderiram à paralisação.

Diversas reuniões entre representantes do professores e a prefeitura foram feitas desde então, mas as negociações ainda não culminaram com um desfecho que agrade ambas às partes. 

Atualmente, um educador infantil em início de carreira recebe R$ 1.431 por 22,5 horas trabalhadas semanalmente. A proposta apresentada pela prefeitura no mês passado previa aumento de até quatro níveis na carreira para os profissionais formados em pedagogia ou normal superior e que não tiveram progressão por escolaridade, chegando a rendimentos de R$ 1.680,79.

Para os docentes, o acréscimo de quase R$ 250 não é suficiente, e o ideal seria chegar aos R$ 2.252,42 iniciais do ensino fundamental.
Procurada, a PBH informou, por meio de assessoria, que mantém o posicionamento em relação à greve e que novas negociações serão feitas após o retorno das aulas. 

A prefeitura informou ainda que acatar a reivindicação representa um aumento de 55% na folha de pagamentos e impacto de R$ 80 milhões por ano nos cofres municipais. Medida que seria “incompatível com a capacidade financeira da PBH”.

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