Kalil não vai cortar salário de professores grevistas e anuncia novo calendário escolar

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
Publicado em 30/03/2020 às 08:54.Atualizado em 27/10/2021 às 03:07.
 (Reprodução/ Sind-Rede/BH)
(Reprodução/ Sind-Rede/BH)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, decidiu que não vai cortar o salário dos professores municipais de Belo Horizonte que fizeram greve de 21 dias. A redução nos vencimentos havia sido anunciada pelo Executivo, que classificou a greve como ilegal. Contudo, nesta segunda-feira (30), a PBH disse que o momento é de união e, por isso, vai montar um novo calendário escolar para repor as aulas perdidas e não irá punir os docentes que ficaram parados.

Após o encerramento da paralisação, os professores começaram uma campanha: "Kalil, lutar não é crime! Retire as punições sobre os trabalhadores!". Mesmo com o fim da greve, os estudantes continuam sem ir às escolas, mas, desta vez, por causa da pandemia no novo coronavírus.

Sem corte no salário

Ao anunciar que não irá cortar os dias parados dos professores, a secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben, destacou que o ano letivo já foi prejudicado pelas chuvas, greves e, agora, por causa do coronavírus. “O momento atual exige sensibilidade e solidariedade com cada um e com todos, pois estamos vivendo um ano letivo atípico, repleto de desafios para ser efetivado", disse.

“O retorno do isolamento social vai, com certeza, exigir de todos nós a revisão de normas, rotinas e práticas. Precisaremos trabalhar coletivamente para o bem comum. Nossos estudantes retornarão com experiências variadas e nunca vividas”, destacou Dalben.

Ano letivo

Por lei, a ano escolar tem que ter 200 dias letivos. Até o momento, foram mais de 30 dias dentro do calendário previsto sem aulas. Sem previsão de retorno de funcionamento das escolas municipais, a PBH vai construir um novo calendário a partir de normativas.

Greve

Os professores da rede municipal iniciaram a greve no dia 27 de fevereiro e encerraram no último dia 18. Dentre as reivindicações do movimento, estavam o pagamento do piso salarial nacional, que foi reajustado em 12,84% no início de 2020, e também a quitação de parcelas do reajuste salarial de 3,78%, que conforme negociação na paralisação de 2019, deveria ser pago a partir do início deste ano.

A PBH afirmou que o Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Rede Pública (Sind-Rede/BH) concordou e encerrou as negociações para aumentos em 2019 e 2020, com reajuste de 7,2% em duas parcelas, pagas em janeiro e dezembro de 2020, além do ganho de dois níveis na carreira do Professor da Educação Infantil. 

O caso foi parar na Justiça, que considerou que a greve é "ilegal, abusiva e quebra acordo assinado em novembro de 2019 pelos representantes do próprio sindicato e do governo".

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