Kalil sobre as vacinas contra a Covid-19: 'presidente, vai ter ou não?'

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
08/03/2021 às 13:22.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:21
 (Amira Hissa/PBH)

(Amira Hissa/PBH)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, cobrou pragmatismo do governo federal para acelerar a compra de vacinas e a imunização contra a Covid-19. A declaração foi dada na noite de domingo (7), durante entrevista à Globo News.

Até o momento, a capital recebeu 293.520 doses e vacinou 130.910 pessoas. Deste grupo, 62.140 receberam a segunda dose. Durante a entrevista, o chefe do Executivo municipal defendeu uma ação mais prática de prefeitos e governadores.

"Temos que parar de fazer grupo, reunião e tudo isso e ser mais pragmáticos. Temos que apertar o governo federal, que está sentado em R$ 20 bilhões para a compra de vacina, e saber se não está comprando. Existe uma incógnita hoje. Não tem vacina? Não tem dinheiro? O que não tem para não comprar a vacina? Então temos que reunir todo mundo lá no Palácio do Planalto e perguntar: vocês vão comprar vacina? Se não vão, que liberem os laboratórios porque eles não têm o menor interesse em vender para Estados e municípios enquanto estiverem na esperança de vender para o país. É a falta do pragmatismo que preocupa”, disse Kalil.

O prefeito completou dizendo que o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, "não manda", e que é preciso "sentar no Palácio do Planalto e perguntar: presidente, vai ter a vacina ou não? É simples assim. Tem que sentar com quem manda, que é o Presidente da República”, concluiu. 

Comércio fechado

Desde às 14h de sábado (6), Belo Horizonte está fechada. Apenas serviços e atividades essenciais podem abrir as portas na capital mineira e o cenário atual da pandemia não permite previsão de duração das restrições. Por isso, Alexandre Kalil reforçou que o fechamento não tem data para ser suspenso.

"Não temos data de reabertura. Temos números de leitos, de transmissibilidade. É o que temos. BH hoje tem um nível alto, preocupante, mas pelo menos com um certo controle ainda", disse, referindo-se a dois dos três indicadores que são levados como base para a política de flexibilização na capital e que estão em alta, as taxas de transmissão e de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Kalil disse, ainda, que a prefeitura de BH ampliará os pontos de fiscalização sanitária da cidade e afirmou que dois a cada três internados na capital com Covid-19, seja em leitos de UTIs ou enfermarias, são do interior do Estado. "BH é a nave-mãe. Temos na região metropolitana 6 milhões de habitantes. Então temos que arcar com isso mesmo. Nossas barreiras sanitárias vão aumentar, aos poucos. Estamos em um período muito delicado porque na primeira (vez em que as barreiras foram instaladas), não tínhamos vacinas, e precisamos de profissional de saúde na vacinação. Então, temos alguma dificuldade para fazer o que fizemos da primeira vez, mas vamos ampliar ao longo dessa semana sim", finalizou. 

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