(Flávio Tavares/Hoje em Dia)
A área afetada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi de 290,14 hectares até o Rio Paraopeba, segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Deste total, 147,38 hectares é de vegetação impactada.
Os rejeitos, conforme a análise, atingiram uma extensão de 225,20 hectares da área de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. Isso significa que a maior parte da onda de lama escoou na região que fica ao redor da unidade de conservação.
A área verde do Rola-Moça tem aproximadamente 170 mil hectares e abriga duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio São Francisco e a do Rio Doce, responsáveis pelo abastecimento de aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte, e 50% da população da Região Metropolitana.
O IEF também revelou que foram atingidos 10,68 hectares da Área de Proteção Ambiental (APA) Sul. O número representa praticamente a área da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão.
Levantamento
As análises, segundo o órgão, foram feitas por meio de interpretação de imagens de satélite entre os dias 18 de janeiro, data anterior ao rompimento, e 27 de janeiro, dois dias depois que o mar de lama arrastou o refeitório e um prédio da mineradora, uma pousada, casas e vegetação de Brumadinho.
O IEF informou que o levantamento vai ajudar na avaliação da extensão dos danos sobre a flora nativa e para determinar medidas compensatórias e reparadoras. “O IEF permanece acompanhando os danos ao meio ambiente provenientes do rompimento da Barragem B1 e avaliará possíveis outras áreas de vegetação e unidades de conservação que, por ventura, venham a ser impactadas”, enfatiza o órgão.
Até agora, 115 pessoas morreram, sendo que 71 delas identificadas, e outras 248 continuam desaparecidos. A tragédia ainda deixou 116 desabrigados.
IEF mapeia área de vegetação impactada pelos rejeitos
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