O coronel Paulo Roberto dos Santos, do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, Seripa III, do Rio de Janeiro, informou que a recuperação da caixa preta que estava no bimotor prefixo PR-DOC poderá facilitar o trabalho pericial para a definição das causas do acidente. O acidente ocorreu no sábado (28), nos fundos de uma pousada localizada no bairro Aeroporto, a menos de um quilômetro da pista do Aeroporto da Serrinha. O presidente da empresa Vilma Alimentos, Domingos Costa Neto, 58 anos, seu filho Gabriel Barreira Costa, 16 anos, quatro funcionários da fábrica e dois tripulantes morreram na tragédia. O militar, que começou a recuperar nesta tarde as peças queimadas da aeronave, anunciou que os exames na caixa preta e em peças e pedaços da fuzelagem podem antecipar a descoberta das causas do desastre para menos de um mês. Os peritos vão investigar a possibilidade de a queda ter sido provocada porque o bimotor estaria voando a baixa altitude, tanto que bateu com a copa de uma árvore e deveria estar a mais de 150 metros de altura. Santos disse que nesta segunda-feira (30) a equipe da Aeronáutica, que vai continuar as buscas na área onde estão os destroços, deve ser reforçada com mais militares da Seripa III.   Os sepultamentos e cremação dos corpos das pessoas que morreram no acidente aéreo aconteceram nesta tarde, com grande consternação de familiaes, amigos e funcionários da empresa Vilma Alimentos. Os corpos do empresário Domingos Costa e de seu filho foram cremados às 17 horas, no Cemitério Renascer, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As cerimônias foram precedidas, no mesmo cemitério, pela cremação dos corpos de César Roberto de Pinho, 55 anos, vice-presidente de vendas e marketing da indústria, e de Lídia Souza Lima, 31 anos, gerente de controladoria. O corpo da gerente de RH da empresa, Adriana Vilela, 47 anos, que estava grávida de dois meses, foi sepultado no Cemitério do Bonfim, às 16 horas, enquanto que Tiago Felipe Cardoso Bretas, analista, foi enterrado às 14 horas no Cemitério Parque da Colina. Os corpos do piloto Jair Barbosa, 62 anos, e do copiloto Rodrigo Henrique Silva, 35 anos, foram enterrados no Cemitério Bosque da Esperança às 14 horas. Os familiares do empresário cremado no Renascer não quiseram falar com a imprensa.   Além das investigações que já estão sendo feitas pela Aeronáutica, a Polícia Civil de Juiz de Fora deverá ouvir testemunhas e recolher informações para um inquérito que deverá ser instaurado na Delegacia Regional local. Entre as testemunhas mais importantes que serão convocadas para prestar informações estão os funcionários que trabalhavam no Aeroporto da Serrinha, na manhã de sábado, e a proprietária da Pousada Aconchego de Minas, Marta Martoni.    Ela contou que ouviu um barulho muito forte do avião caindo e, instantes depois da queda e explosão da aeronave, correu até a área de fundos de sua propriedade quando viu, apesar da neblina intensa e muita fumaça e fogo, um cenário de destruição provocado pela queda do bimotor.

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