Leitos para Covid-19 em hospitais privados passam a compor monitoramento da prefeitura em BH

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br | @renatagaldinoa
04/08/2020 às 19:58.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:12

O monitoramento da ocupação dos leitos destinados a pacientes com Covid-19 em Belo Horizonte, por parte da prefeitura, também vai incluir as vagas em hospitais particulares. A mudança foi anunciada após a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) ter acesso ao índice de moradores da capital cobertos por planos privados.

Na cidade, de acordo com pasta, 48,8% da população é usuária da assistência particular. Os dados, segundo o secretário Jackson Machado, foram fornecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Ainda conforme o titular da SMSA, Belo Horizonte tem 22 hospitais privados. Desses, 19 encaminharam os números de leitos disponíveis. “Ontem (segunda-feira) conseguimos os resultados. De enfermaria para pacientes com Covid são 498, com ocupação de 52,4%. De UTI são 259, com ocupação de 73,7%. É possível que esse número aumente, porque ainda tem unidade de saúde enviando informações”, destacou.

Somando às vagas da rede pública da capital, hoje em 1.099, as de enfermaria chegam a 1.613, com taxa de ocupação de 53,8%. As de terapia intensiva, 683 - sendo que 424 são de hospitais da prefeitura. Nesse caso, 80,6% estão ocupadas.

Vale lembrar que a soma não significa que os leitos particulares estarão disponíveis de imediato para o poder público. “Não existe fila única. Mas, do ponto de vista de cálculo, não faz sentido tirar da conta os leitos da saúde complementar”, frisou Jackson Machado.

Em julho, a prefeitura sondou hospitais para verificar a existência de leitos vagos para possíveis contratações de serviços, caso o sistema público ficasse estrangulado por conta da demanda alta. Porém, até o momento não houve necessidade dessa ampliação.

CDL volta a criticar

Em nota, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) informou que no dia 22 de julho, juntamente com outras entidades, solicitou à prefeitura a abertura do comércio quando o índice de ocupação de leitos de UTI estivesse em 80% e afirma haver contradição da PBH. 

"A hipótese foi radicalmente rechaçada pela Prefeitura. Na sexta-feira da semana passada, o Secretário de Saúde do Kalil até chegou a dizer: 'mais 15 dias fechado não mata ninguém'. Hoje, a prefeitura decide que o comércio pode abrir de quinta a sábado desta semana. E o índice de ocupação de leitos de UTI está em 84%. Dá para entender tamanha contradição?", indaga.

A CDL, porém, lembra da decisão desta terça em unificar os leitos públicos e privados, mas alega que a medida veio tardiamente. "Utilizando este critério de hoje, e se fossem contabilizados os leitos da rede privada e se a Prefeitura de Belo Horizonte tivesse cumprido a promessa de aumentar os leitos públicos, o comércio já estaria aberto há muito tempo, evitando a quebradeira de milhares de negócios e o desemprego de milhares de trabalhadores, que se encontram com sérias dificuldades para sustentar suas famílias", completa.

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