Lições de mãe marcam a história dos filhos

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
10/05/2015 às 09:22.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:58
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Cada um vem de um canto, permeado por referências e preferências muito distintas. Todos, porém, carregam consigo a essência herdada de uma mãe. Não importa quem são elas, fato é que, inevitavelmente, imprimem nos filhos muito do que, para a vida toda, eles carregarão consigo.
Seis leitores do Hoje em Dia contam suas experiências com a figura que, para eles, representa mais do que grandes exemplos de respeito, lealdade, afeto e amor. Compartilham, no Dia das Mães, histórias e detalhes determinantes para serem, hoje, quem são. Gente que escolheu profissão, que formou personalidade ou assumiu hábitos tendo como base o que aprenderam e assimilaram, dia a dia, ao lado da mãe.   Ser mãe, ser filha e amiga
Tranquilidade, equilíbrio e espiritualidade. São apenas três, mas poderiam ser dezenas as virtudes herdadas pela defensora pública e professora universitária Eden Mattar, de 45 anos, da mãe, Sueli, de 69. Uma pergunta basta para que os ensinamentos, daqueles que são eternizados, perpetuados, venham à tona. Que grande lição ela te deixou? “Aprendi a ser mãe”, diz, sem hesitar e certa de que a ligação forte e madura que mantém com os pais lhe rendeu a possibilidade de ter e cuidar de seu melhor fruto: a filha, Isabela. “Unha e carne” - como classifica o relacionamento com a matriarca –, Eden e Sueli são, além de mãe e filha, melhores amigas. “Nossa ligação é mais do que física, é espiritual. A gente só aprende a ser verdadeiramente filha quando é mãe. Ela é minha conselheira, amiga, presente em tudo o que eu faço”.

Para seguir em frente Quisera ela ter o dom do primogênito. Dona Maria das Graças, de 65 anos, jura de pés juntos, conta o filho, o professor de dança de salão Denilson Antonio Silva, de 44 anos, que adora dançar. “Ela fala que eu puxei dela, mas tenho minhas dúvidas. Já tentamos dançar, mas ela tem as perninhas meio duras”, brinca. Mas, claro, não seria só essa a herança deixada pela mãe 14 vezes – teve dois filhos e ajudou a cuidar dos 12 irmãos –, uma mulher forte, cuidadosa, trabalhadora e firme no propósito de seguir em frente. Ele já foi vendedor de jornais, professor de artes marciais, cabeleireiro. Hoje, ensaia inaugurar a paternidade, após casar-se e sair de casa, há um ano. Para o filho, quer passar a lição que veio da mãe. “Querer vencer na vida e ter boa vontade para ajudar o outro. Com certeza, isso marcou muito em mim e é um legado que ficará para sempre”.
Faça chuva ou faça sol
Com ele não tem tempo ruim. Para o trabalho. Pode até soar como força de expressão, mas o advogado Roger Versieux, de 40 anos, traz, do berço, o gosto pelo ofício que elegeu para a vida. “Puxou” da mãe, Marília, de 70 anos, a energia para o dia a dia. “Ela é uma pessoa batalhadora que, apesar do grande foco no trabalho, sempre esteve com os filhos. Não tinha aquela de ‘vou viajar sozinha’, estávamos sempre juntos”, lembra. Nas brechas do cotidiano, entre um cliente e uma audiência, o caçula de dois irmãos procura estreitar os laços com aquela que é, praticamente, vizinha de porta. Neste domingo, aproveitará a data para refletir. “É hora de pensar um pouquinho nessa correria do dia a dia e no verdadeiro propósito que nos traz até aqui. De onde viemos efetivamente, na importância do núcleo familiar”.
Apaixonada por ela
É só tocar no assunto “mãe” para os olhos marejarem e a voz ficar embargada. Declaradamente apaixonada por ela. A arquiteta Márcia Mundim, de 51 anos, é mais do que uma filha coruja, é devota da mãe, dona Terezinha, de 83 anos. “Ela sempre foi uma pessoa que nos trouxe muito orgulho, que até hoje nos dá uma paz e uma segurança inacreditáveis. É o porto seguro da família”, resume. Entre os cinco filhos – dois deles adotivos –, um neto e o trabalho, Márcia se vira do avesso para partilhar a vida com a dona de seu coração. Das lições que traz da mãe, ela destaca a coragem e a capacidade de se reinventar a despeito das dificuldades. “Aprendi com ela que para tudo existe uma solução. E com isso, aprendi a ter coragem e enfrentar”.
Gosto pela arte e respeito ao próximo
Uma conversa rápida e uma porção de histórias. Lições de uma mulher reservada, discreta, mas muito comunicativa, amante das artes, que gosta de literatura, adora a vida familiar e cultiva as boas amizades. É assim dona Diana, de 79 anos, mãe do jornalista Rogério Faria Tavares, de 44. Com ela, o filho mais velho aprendeu o sentido da palavra respeito. “Talvez o que mais puxei seja o gosto pela cultura, pelos livros. Mas a lição mais forte é de tratar todas as pessoas com imenso respeito, desde o mais humilde ao mais importante”. E, mesmo que o contato físico nem sempre se faça presente, sobram motivos para comemorar, assim que possível, a boa convivência, as boas memórias e, por que não, criar outras novas, recomeçar.
Do limão, uma limonada
“Nunca a vi desanimada, na depressão. Apesar das várias dificuldades, ela sempre tem uma energia para enfrentar e fala um ditado, que é até batido, mas é certo: ‘Faça do limão uma limonada’”. É assim que a empresária Graziella Pimenta Tomich, de 38 anos, resume a mãe, Elizabeth, de 57. Ela vive, há quase 11 anos, distante dos filhos, na Itália. As experiências, muitas conturbadas, foram transformadas em aprendizado e à difícil, mas possível, arte da renovação. “Mesmo ela estando distante, essa é a essência que trago dela. Às vezes, tem uma pessoa do lado que está desanimada e eu dou força, porque se desistir, acaba. É isso que trago”, conta. Durante a gravidez do filho Lucas, de 15 anos, foi da mãe que a empresária teve o apoio fundamental para prosseguir. “Ela é a mais forte, mais perfeita. Naquela hora, eu tive um apoio que não esperava, tive todo o companheirismo. E é assim até hoje”.   Abaixo, em vídeo, filhos falam sobre suas mães:    

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