Lixo: um destino nobre para os restos no Vale do Aço

Ana Lúcia Gonçalves - Do Hoje em Dia
05/08/2012 às 09:20.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:10
 (LEONARDO MORAIS)

(LEONARDO MORAIS)

PINGO D’ÁGUA – De cada cem quilos de lixo produzidos em Pingo d’Água, no Vale do Aço, 84 são reaproveitados. O índice, considerado elevado, existe graças à Usina de Reciclagem e Compostagem do município. A unidade também transforma o material orgânico em adubo e destina parte do dinheiro arrecadado com a venda de recicláveis para a merenda escolar.

O sucesso operacional transformou a usina em modelo no Estado. Todos os 19 funcionários são concursados e têm salário fixo de R$ 900, pago pela prefeitura. Além disso, o adubo obtido é doado aos agricultores e usado na jardinagem de espaços públicos.

Pingo d’Água fica a 240 quilômetros de Belo Horizonte e tem 4.300 habitantes. Juntos, eles produzem 1,6 tonelada de lixo por dia.

A usina entrou em funcionamento em julho de 2003, com investimento inicial de R$ 150 mil via Ministério das Cidades, para dar fim a um antigo lixão na entrada do município. Recentemente, recebeu R$ 500 mil da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para comprar um caminhão coletor e um trator. Era o que faltava para que funcionasse a todo vapor.

“O projeto arquitetônico em harmonia com o paisagismo de Pingo d’Água e, principalmente, os resultados operacionais fizeram com que a usina fosse reconhecida pela Fundação Israel Pinheiro como modelo para o Estado”, diz o técnico em meio ambiente José César Ferreira de Souza.

Segundo ele, prefeitos e estudantes visitam a unidade com frequência e recebem aulas de educação ambiental. “Aqui é tudo muito limpo, ventilado, organizado. A usina funciona dentro dos padrões ambientais exigidos por lei”, garante.

Maior volume

Souza é consultor ambiental e um dos responsáveis pelo projeto de instalação da unidade. De acordo com ele, estudos iniciais apontaram que cada habitante de Pingo d’Água produzia 580 gramas de lixo por dia. Atualmente, a média é de um quilo. O aumento é atribuído à melhoria do poder econômico da população brasileira em geral e à maior oferta de recicláveis.
 
Para o consultor, o sucesso é consequência do envolvimento dos moradores, que separam o lixo reciclável; do respeito aos dias e horários da coleta seletiva, feita sempre às segundas, quartas e sextas-feiras, pela manhã – o lixo convencional é recolhido diariamente à tarde; e da estabilidade política que permite a continuidade do trabalho, mesmo com as mudanças de prefeito.

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