Médicos de UTIs fazem apelo à população e preveem piora da pandemia após festas de fim de ano em BH

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
21/12/2020 às 16:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:22

O aumento no número de casos e internações de pacientes por Covid-19, em Belo Horizonte, tem preocupado médicos que atuam na linha de frente no combate à doença em hospitais da capital mineira. Uma carta, divulgada pela Sociedade Mineira de Terapia Intensiva nesta segunda-feira (21), faz um apelo à população e ao poder público, alertando para elevação de leitos de UTIs ocupados na cidade. O comunicado ainda avalia a previsão de um aumento adicional da ocupação no mês de janeiro.  

No documento, uma nota de esclarecimento sobre a pandemia da Covid-19, o grupo avaliou a situação do município, que viu o percentual de ocupação de leitos subir de 31,8% em 16 de novembro, para 70,4% em 18 de dezembro, voltando ao nível de alerta máximo, aparecendo em vermelho nos indicadores de monitoramento.

A situação, de acordo com o médico intensivista e diretor Científico da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva, Leandro Braz de Carvalho, pode ficar ainda mais alarmante após as comemorações de fim de ano. Por isso, há uma previsão que os números estejam ainda piores em janeiro. “Há uma preocupação que isso possa aumentar. Esse momento em que ocorre uma movimentação social maior, como ocorreu em outros feriados, poderá refletir daqui a dez ou 15 dias. Nós queremos evitar o colapso, porque já estamos vendo uma dificuldade para internações. Estamos tentando aumentar o número de leitos, mas pode chegar em um momento que haja restrição”, afirmou o médico intensivista e diretor Científico da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva, Leandro Braz de Carvalho.

Um dos motivos apontados pela carta é o aumento do número médio de transmissão por infectado (Rt), que está acima de 1,00 desde a primeira quinzena de novembro. De acordo com o último boletim epidemiológico de sexta-feira (18), a taxa está em 1,11, o que significa que cada 100 pessoas transmitem a doença para outras 111.

Por isso, o grupo pede que a população continue mantendo as medias de proteção, como distanciamento social, uso de máscaras e limpeza das mãos e de superfícies, e solicita às autoridades públicas novas medidas de restrições da mobilidade social. “Com a elevação dos indicadores, novas medidas deverão ser adotadas pelas autoridades, como o fechamento do comércio não essencial, restrição a festividades e aglomerações, estímulo ao trabalho a distância e atividades escolares não-presenciais”, diz o comunicado.

Pandemia na capital

BH registrou 59.141 pacientes infectados, dos quais 1.781 acabaram morrendo. Entre os mortos, 994 são homens e 787 mulheres, sendo que 97,2% apresentavam algum fator de risco e/ou comorbidade. Entre eles, estão 1.471 idosos (acima de 60 anos), 866 cardiopatas, 633 diabéticos, 338 pneumáticos e 282 com obesidade.

Confira a carta na íntegra

A cidade de Belo Horizonte apresenta um recrudescimento da transmissão de Covid-19, com número médio de transmissão por infectado persistindo acima de 1,00 após a primeira quinzena de novembro de 2020.

Isso se refletiu em aumento do percentual de ocupação de leitos de UTI COVID-19, de 31,8% em 16 de Novembro de 2020 para 70,4% em 18 de Dezembro de 2020, retornando à faixa vermelha.

Também houve um aumento expressivo da ocupação de leitos de enfermaria COVID-19, de 29,8%, em 16 de Novembro de 2020 para 62,4% em 18 de Dezembro de 2020, mantendo-se na faixa amarela.

Antecipa-se um aumento adicional da ocupação, tanto nos leitos de UTI quanto de enfermaria, para a segunda quinzena de dezembro e o mês de janeiro de 2021.

Enfatizamos a necessidade de manutenção das medidas de prevenção, como distanciamento social, uso de máscaras e limpeza das mãos e de superfícies. Com a elevação dos indicadores, novas medidas de restrição da mobilidade social deverão ser adotadas pelas autoridades públicas, como o fechamento do comércio não essencial, restrição a festividades e aglomerações, estímulo ao trabalho à distância e atividades escolares não-presenciais.

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