Máscaras viram acessório comum de belo-horizontinos no primeiro dia de quarentena na capital

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
18/03/2020 às 11:25.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:59
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

“Não quero morrer, mas não posso ficar em casa”. A declaração é da aposentada Abigail Pereira da Silva, de 76 anos. Ao quebrar o isolamento domiciliar sugerido pelos órgãos de segurança para barrar o avanço do novo coronavírus, a idosa utiliza máscara como forma de proteção. 

O acessório, aliás, está em alta em Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (18), em meio ao vai e vem de pessoas no Centro, a máscara tornou-se frequente. Desde os primeiros casos da Covid-19 no Brasil, Abigail adotou o uso do produto.

Além da idade avançada, a aposentada também é hipertensa. “Sei que sou de grupo de risco, mas estou com meu companheiro internado no CTI e preciso prestar suporte para ele. Então, tenho que sair de casa, mas me cuido da forma que dá”, disse. 

Nesta manhã, no primeiro dia útil após a cidade entrar em quarentena, a professora Bárbara Martins, de 24, esteve na rodoviária acompanhando a sogra. Mas, mesmo descumprindo as medidas de segurança impostas pelo município, não se descuidou da saúde. “Tenho sinusite crônica e uso a máscara sempre que saio de casa para me precaver”. 

Mesmo em falta em alguns comércios e farmácias, o flanelinha Wander Wagner dos Reis, de 51, conseguiu montar um estoque do produto. Ele admitiu, porém, que não fará o isolamento. “Tenho que ganhar dinheiro para sobreviver, mas também não quero me descuidar da saúde”. 

Alerta 

Apesar de ter virado acessório indispensável para alguns, especialistas alertam que a máscara só deve ser utilizada por pessoas com suspeita do novo coronavírus ou que tenham contato com infectados. O uso indiscriminado e errado do produto pode provocar outras contaminações. 

Neste momento, para conter o avanço da Covid-19, o recomendável é manter-se em isolamento domiciliar. 

Precaução 

Na terça-feira (17), o prefeito Alexandre Kalil usou as redes sociais para clamar para que os belo-horizontinos permaneçam em casa e só deixem o isolamento em caso de extrema necessidade. “Não matem seus pais ou seus avós”, apelou para conscientizar a população sobre a gravidade da doença nos idosos. 

O isolamento sugerido pela PBH, que esvaziou os prédios públicos, faz parte de uma série de medidas de proteção ante o avanço inexorável da Covid-19. 

Números 

A pandemia fez pelo menos 14 vítimas em Minas, sendo que cinco são de BH. A metrópole, inclusive, já registra transmissão comunitária da doença,  que é quando um paciente infectado que não esteve nos países com registro da doença transmite a doença para outra pessoa, que também não viajou.

No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, são 291 casos confirmados e 8.819 suspeitos. No mundo, a pandemia superou a barreira de 6 mil mortes e 160 mil infectados.

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