Médica que mandou amputar o órgão sexual do ex-noivo tem direito de trabalhar suspenso

Hoje em Dia
08/09/2014 às 12:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:07
 (Facebook/Reprodução)

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A médica mineira Myriam Priscilla de Rezende Castro, de 34 anos, condenada por ter mandado amputar o órgão sexual do ex-noivo, teve o direito de trabalhar suspenso. Como foi sentenciada em regime semi-aberto, ela podia deixar a prisão, durante o dia, para trabalhar. No entanto, como cometeu uma falta considerada grave teve o benefício cortado.   Conforme o Fórum Lafayette, em 10 de junho ela requereu a concessão do direito de trabalho externo, apresentando a carta de proposta de emprego oferecida pelo Instituto Infantil Nosso Filho. No local, a médica exerceria a função de secretaria e receberia um salário minímo. Desde então, a Myriam deixava o Complexo Penitenciário Estevão Pinto, onde cumpre pena, toda manhã e só retornava à noite.    Contudo, recentemente a defesa de Myriam pediu nova autorização para chegar mais tarde ao complexo penitenciário, uma vez que teria mudado de trabalho. No pedido, a médica informou que estava prestando serviço no Programa de Saúde da Família na Prefeitura de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde 4 de agosto.   A Justiça descobriu que Myriam Priscilla havia sido dispensada do instituto em seu primeiro dia de serviço e, desde então, estava procurando outra ocupação. No entanto, não informou o fato ao juiz e continuou deixando a penitenciária todos os dias.   O juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira, responsável pelo caso, considerou que a médica não demostrou comprometimento e por isso suspendeu o benefício. "Myriam Priscila de Rezende Castro foi agraciada com o benefício de saída para trabalho externo, tendo em vista que, em sede de execução penal, o trabalho do(a) condenado(a) é de suma relevância no processo de sua ressocialização e reeducação, elevando-se à condição de instrumento de afirmação de sua dignidade humana. Entretanto, do que, à primeira vista, constata-se dos autos, ela não demonstra comprometimento e vem desvirtuando o instituto, mesmo porque ao que tudo indica, tentou ludibriar o juízo, uma vez que, ao ser dispensada pelo empregador, já no primeiro dia de labor, não comunicou a este Juiz, nem mesmo à autoridade custodiante a respeito da situação", explicou o juiz na sentença.   Ainda conforme o juiz, no documento apresentado pela própria médica, a Prefeitura de Ibirité atesta que ela não está cumprindo corretamento o seu horário de trabalho, o que tem gerado transtornos no atendimento dos pacientes. "Desse modo, entendo ser inconcebível, de início, a mantença do benefício, com todas as irregularidades apresentadas e, inclusive, admitidas pela própria apenada, razão pela qual, suspendo, até ulterior deliberação, o benefício da saída para o trabalho externo, com abrangência às demais autorizações de saída, concedido à sentenciada", concluiu o juiz.   Crime   A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro foi presa na abril deste ano após ser capturada pela Polícia Civil de Minas, na cidade de Pirassununga, interior de São Paulo. Ela foi condenada por mandar cortar o membro do ex-noivo por não aceitar o fim do relacionamento, três dias antes do casamento. Ela teria contratado dois homens para fazer o serviço. Pelo crime, ela foi condenada a cumprir pena de seis anos de prisão. No entanto, ela fugiu logo após a sentença.     O crime ocorreu em Juiz de Fora, região da Zona da Mata, em 2002. Wendel José de Souza havia rompido o noivado com a mulher. Revoltada, a médica contou com a ajuda do pai, Walter Ferreira de Castro, atualmente com 76 anos, para contratar dois homens para mutilar o ex-noivo.   Antes de sofrer a agressão, Wendel recebeu ameaças por parte de Myriam, avisando que ele não escaparia ileso do caso. A vítima chegou a ter a casa e o carro incendiados pela acusada. Integrante de uma família rica e de renome social em Juiz de Fora, Myriam deu prosseguimento ao plano de vingança, contratando três homens para executar a mutilação.   Desmaio   No dia em que foi rendido pelos agressores, Wendel estava em companhia do irmão, que chegou a desmaiar diante da violência da cena. Os executores usaram uma faca para cortar o órgão do rapaz e fizeram questão de dizer que estava agindo a mando da ex-noiva e do pai dela .   A médica se mudou para Barbacena após o crime, onde continuou atuando como clínica geral até o final de 2013. A transferência para Pirassununga, no interior de São Paulo, ocorreu depois da sentença transitar em julgado, confirmando a pena de seis anos de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima.

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