Médico cria projeto solidário para operar crianças carentes com orelha de 'abano' em BH

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
11/10/2018 às 17:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:55
 (Divulgação)

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Crianças com diagnóstico de orelha de abano e incapazes de custear uma cirurgia corretiva poderão, a partir deste mês, contar com mais um projeto voluntário de auxílio médico. Embora não represente risco à saúde auditiva, a proeminência da orelha é motivo de incômodo e chega, em casos mais raros, a levar ao suicídio por bullying em meninos e meninas. 

O projeto solidário é de iniciativa do cirurgião plástico Gustavo Aquino. Formado na residência da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - hospital mantido com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) -, Aquino conta que é antigo o desejo de retribuir à sociedade um pouco do que recebeu na rede pública. Divulgação/ Gustavo Aquino 

Na imagem, o cirurgião Gustavo Aquino

Recentemente, após um infortúnio na vida familiar, decidiu colocar em prática o sonho e passará, neste mês, a financiar uma cirurgia de otoplastia por mês. A expectativa é quadruplicar a oferta e, para isso, ele espera contar com o apoio de outras pessoas. "Busco patrocinadores para essa ação. Tenho pacientes com condições financeiras para adotarem esses meninos e financiarem alguns custos. Conto, ainda, com colegas cirurgiões, que entrariam sem honorários", explicou. 

A ajuda é necessária para ampliar o projeto, já que cada cirurgia é orçada, em média, em R$ 4 mil, incluindo gastos com consulta, bloco cirúrgico e anestesista. 

Valor alto; alta gratidãoArquivo pessoal (Izabela Costa)

Na imagem, Izabela e o filho Pedro, de cinco anos

Mesmo sem condições de pagar, a agente de limpeza Izabela Costa, 29, mãe de duas meninas e um menino, tomou coragem e mandou uma mensagem para Aquino no Instagram. Izabela estava preocupada com o teor dos comentários sobre a orelha de Pedro, de cinco anos, vindos de outras crianças e de membros da própria família. 

"Ele me respondeu, me chamando para ir ao consultório. Estamos na fase de exames e, em breve, será a cirurgia", afirmou a belo-horizontina, que vive em Santa Luzia, na Região Metropolitana. "Estou muito feliz, porque me incomodava ver adultos da família fazendo brincadeiras. Eles não entendem que é uma criança", completou.

Projeto inicia com Pedro

A história de Pedro terá um curso diferente com o auxílio do cirurgião plástico. Outras crianças com situações semelhantes podem entrar em contato com Aquino para tentar a cirurgia. 

Para isso, é necessário que a família do menino ou menina tenha renda de até três salários mínimos, que a criança tenha boa saúde e idade acima de cinco anos - idade em que a orelha já está mais formada. Para tirar dúvidas, o contato pode ser feito pelo telefone (31) 99296-2424, que também é WhatsApp, ou pelo e-mail contato@doutorbrgustavoaquino.com.br. 

Projeto Orelhinha

Outra iniciativa que busca ajudar crianças a passarem pela otoplastia é o Projeto Orelhinha, com sede em Campinas, São Paulo. No site da iniciativa, a família interessada na cirurgia pode buscar por ajuda em diversas cidades brasileiras, incluindo a capital mineira e Três Corações, no Sul de Minas. 

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