Médicos e agenciadores de clínica de aborto são presos em Minas e São Paulo

Thaís Mota - Hoje em Dia
25/03/2013 às 18:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:15
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Deflagrada na manhã desta segunda-feira (25), a Operação Vida terminou com 24 pessoas presas em Belo Horizonte e Diadema (SP). Os acusados são suspeitos de formação de quadrilha, realização de abortos com o consentimento de gestantes em clínicas clandestinas e venda de medicamentos controlados em Minas e São Paulo. Dois suspeitos ainda estão foragidos. Em Belo Horizonte, o Ministério Público Estadual (MPE), juntamente com a Polícia Militar (PM), cumpriram mandados de busca e apreensão em uma clínica localizada no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da cidade. No total, cinco pessoas foram presas em Minas, sendo dois médicos e um flanelinha que atuava como agenciador da quadrilha e recebia para informar o contato da clínica onde os procedimentos de interrupção de gravidez eram realizados. Os outros dois eram agenciadores da quadrilha.   A Operação Vida foi desencadeada em março do ano passado pelo MPE, por meio da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos e, após um ano de investigação, 26 nomes foram apontados como suspeitos de envolvimento com a quadrilha que agia em Belo Horizonte e Diadema. Entre os suspeitos estão médicos que utilizam a internet para a divulgação de suas atividades ilícitas, além de policiais civis e agentes públicos que davam cobertura ao grupo criminoso. O MPE investiga ainda um policial mineiro que estaria envolvido com os suspeitos.   Segundo informações do MPE, as investigações levaram também a sites utilizados pelos agenciadores da quadrilha, nos quais havia os números de telefone para contato dos interessados. Com autorização judicial, foram realizadas interceptações telefônicas dos números indicados. As gravações demonstraram que as negociações eram feitas por meio dos agenciadores, que indicavam os médicos e negociavam os preços para o aborto, que variavam entre R$ 3 e R$ 6 mil, de acordo com a idade gestacional. Ainda conforme as gravações, a interrupção da gravidez era realizada de quatro formas: indução, curetagem, sucção ou administração de medicamentos (normalmente o Cytotec).

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