Médicos estrangeiros e pacientes em compasso de espera no interior de Minas

Renata Galdino - Hoje em Dia
24/09/2013 às 07:00.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:41

Ainda sem poder prestar atendimento à população por falta do registro profissional, médicos estrangeiros aproveitam a estada nas cidades mineiras onde foram alocados pelo programa Mais Médicos para se familiarizar com as particularidades do local e espantar um pouco a decepção.

A diretoria do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) se reuniu no início da noite de segunda-feira (23) para decidir sobre a emissão do documento provisório para os profissionais diplomados no exterior, mas nada ficou decidido até o fechamento da edição.

Enquanto o imbróglio não chega ao fim, a cubana Medelin Perez Lambert está em compasso de espera. A médica chegou a São José da Varginha, Região Central do Estado, na última sexta-feira, e está hospedada em um hotel na vizinha Pequi. Enquanto espera oficializar o início dos trabalhos na única equipe do Programa de Saúde da Família (PSF) da cidade, Medelin já planeja como fará o atendimento aos 4.327 habitantes e se informa sobre quais são as doenças mais comuns no município.

A secretária de Saúde de São José da Varginha, Angélica Julian Magela Pinto, está frustrada porque nenhum brasileiro escolheu trabalhar no município. O posto de saúde que será comandado pela cubana está sem médico há três meses. “Temos uma médica cubana animada para começar os atendimentos e que não pode atender por causa desse imbróglio com o CRM. Antes cubano do que nenhum profissional”.

Ao todo, Minas Gerais recebeu 42 médicos com diploma estrangeiro, entre eles 27 cubanos. Segundo o CRM-MG, a entidade recebeu 41 pedidos de registros provisório.

A polêmica do CRM gira em torno da revalidação dos diplomas dos médicos estrangeiros e o certificado de proficiência em língua portuguesa. Para o presidente do CRM, João Batista Soares, o governo federal não prevê esses dois aspectos como requisitos para atuar no programa.

Na segunda-feira, o Conselho Federal de Medicina informou que os conselhos regionais emitiram pelo menos 86 registros para os profissionais do programa no país.

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