Músicos aproveitam folia para gerar renda extra

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
26/01/2016 às 07:38.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:10
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Enquanto para uns, o Carnaval é sinônimo apenas de diversão, para outros, a festa popular é também uma boa oportunidade de trabalho. Além de ambulantes e donos de bares e restaurantes, quem pode ganhar um bom dinheiro com a folia são os músicos.

Os cachês vêm com os contratos para festas particulares ou mesmo como resultado de convites para tocar em blocos. Um dos que mais trabalham nessa época o é o trombonista Leonardo Brasilino, de 35 anos. Ele é vocalista do bloco Me Beija Que Eu Sou Pagodeiro, regente do Magnólia e participa ainda da banda do Concurso de Marchinhas Mestre Jonas.

“Como trombonista, trabalho antes e durante o Carnaval, pois são muitos ensaios para apresentações e bailes de pré-Carnaval. O Me Beija, por exemplo, vai tocar em várias festas durante o feriado e ainda temos shows ao longo do ano”, conta o músico, que já trabalhou com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

Segundo ele, os ganhos com a folia do Momo variam de um ano para outro, pois dependem dos interesses dos contratantes. “O nosso setor é meio instável. Como trombonista, teve ano em que ganhei bem e outro que não foi tão bom”, comenta, reforçando que aposta alto no trabalho dos blocos. “Esse é um mercado que cresce aos poucos e o número de contratos depende da eficiência de cada um, em termos de preparação e mídia”, completa.

O violonista Thiago Delegado é outro que trabalha duro nessa época, especialmente em função do concurso de marchinhas. Foi ele quem comandou os arranjos – feitos em apenas três dias – das 15 músicas classificadas para a seletiva do evento, cujo resultado será conhecido no próximo dia 30. “É muito trabalhoso, mas vale a pena”, garante.

Integrante do Bloco da Calixto, Thiago acredita que o Carnaval deste ano não será dos melhores para os músicos, já que o número de contratantes para eventos particulares caiu. “Teve ano em que foi melhor. Mas, por conta do momento de crise, houve uma mudança nos preços dos cachês e contratos. Tem bloco que dá prejuízo, mas outros que compensam por causa da quantidade de shows”, conta.

Já o percussionista Glaysson Pereira, de 27 anos, não tem do que reclamar. Há um ano na banda do Baianas Ozadas, um dos mais populares da capital, ele tem conseguido pagar as contas pessoais com o que recebe nos eventos realizados durante o ano.

Só na noite de Réveillon, por exemplo, foram duas apresentações. “Comecei a me profissionalizar de verdade há pouco tempo e vejo que é preciso ter grande responsabilidade. Nunca pensei que pudesse viver disso”, diz o artista, que mora no bairro Alto Vera Cruz (região Leste) e começou a atuar como percussionista, na adolescência, graças ao projeto Fica Vivo. “Já trabalhei em supermercado e como ajudante de pedreiro. Como músico, tenho uma renda melhor”, conta.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por