Produtos naturais direto do campo para a sua mesa. Uma vasta seleção de sabores está à disposição do consumidor na 11ª edição da Agriminas. A maior feira da agricultura familiar do Estado vai até domingo, em Belo Horizonte.

A previsão da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) é a de que R$ 6 milhões sejam movimentados durante a feira – sem contar o pós-evento.

“Muitos expositores fecham negócios para fornecer para mercados e sacolões o ano inteiro. Na feira, além de encontrar produtos para pronta entrega, é possível degustar as delícias de Minas”, diz o presidente da Fetaemg e idealizador da Agriminas, Vilson Luz da Silva.

De acordo com ele, 208 associações de agricultores estão presentes na Serraria Souza Pinto, onde acontece a feira. Elas representam cerca de 15 mil famílias mineiras de 145 municípios, de todas as regiões do Estado.

O número de participantes só não foi maior porque o local não suporta. Para resolver o problema, o plano é promover a Agriminas de 2018 no Expominas, na Gameleira.

Na feira, é possível encontrar derivados do leite, da cana-de-açúcar, do milho e da mandioca, além de artesanatos fabricados com bagaço da cana e da banana. “Temos produtos in natura, geleias, queijos especiais, farinhas diversas, hortifrútis, rapadura, ovos, carne em lata, doces, cachaça, mel, cafés e outros. O que o consumidor serve à mesa, ele encontra na Agriminas”, garante Silva.

Profissionalização

Além de estreitar os laços entre os produtores e a população, a feira tem o objetivo de profissionalizar ainda mais o trabalho das famílias. No evento, principalmente antes de as portas serem abertas ao público, pela manhã, os expositores participam de cursos e palestras fechadas, destinadas exclusivamente a eles.

Já os visitantes têm à disposição a Cozinha Experimental Agriminas, onde chefs renomados são convidados a criar pratos gourmet com produtos da feira. O objetivo é valorizar a culinária mineira e, principalmente, a matéria-prima.

A 11ª edição do evento ainda conta com a participação de produtores quilombolas da Chapada do Norte e indígenas, da aldeia Geru Tucunã Pataxós, de Açucena.

Onze assentamentos também expõem produtos no local. Dentre eles, o Fruta D’anta, localizado em Raul Soares, na Zona da Mata. O projeto agropecuário ocupa uma fazenda improdutiva de mais de 30 hectares e emprega cerca de 2 mil pessoas.

Sabor diferenciado e respeito ao meio ambiente

De cada dez produtos que chegam à mesa do brasileiro, oito vêm da agricultura familiar. Segundo levantamento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), realizadora da Agriminas, esses produtores representam 84,4% da agricultura nacional e respondem por 38% da renda bruta gerada no meio rural. Toda essa potência é produzida de maneira diferenciada, levando em consideração questões sociais e ambientais.

“A feira cumpre um papel social, econômico e ambiental. Não produzimos como as grandes empresas que acabam com as nascentes, prejudicam o meio ambiente. Sabemos trabalhar com a terra, preservá-la”, afirma o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva.

Ele explica que enquanto a agricultura empresarial utiliza técnicas de produção em série, os núcleos familiares que trabalham no campo usam formas de produzir quase que artesanais. “Se você consome um doce de leite ou um pé de moleque produzido pela agricultura familiar, vê que tem amor naquilo. O gosto é diferente”.

Silva é enfático quando o assunto é o uso de agrotóxicos. “O uso exagerado de agrotóxicos, como é feito pelas empresas brasileiras, não é saudável. Os brasileiros nunca sofreram tanto de câncer. Finalmente as pessoas têm mais informação. O consumidor quer saber como aqui foi produzido, se a água foi reutilizada. Querem produtos mais saudáveis e seguros para o consumo”, afirma.

Para o representante da categoria, os desafios da agricultura familiar estão no maior acesso à assistência técnica e a cursos profissionalizantes. É necessária ainda a conscientização sobre a importância da produção local baseada no cooperativismo.

Agriminas
FETAEMG – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais
5 a 9 de julho
: Serraria Souza Pinto
Av. Assis Chateaubriand, 809 - Centro, Belo Horizonte
: R$8,00 (inteira) e R$4,00 (meia) - Maiores de 65 anos, menores de 12 anos e deficientes não pagam

:
07/07 (quinta e sexta) – 14h as 22h
08/07(sábado) – 8h as 22h
09/07 (domingo) – 8h as 18h

Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais