(Lucas Eduardo Soares)
Dois meses após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, as forças de segurança garantem que os trabalhos de busca e identificação de corpos e segmentos de vítimas da tragédia permanecem. Nesta segunda-feira (25), representantes falaram sobre os trabalhos que permanecem na cidade desde o dia 25 de janeiro. Até o momento, 214 corpos foram identificados e outros e 91 pessoas seguem desaparecidas.
Esse número, contudo, pode diminuir. É que a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ainda aguarda exames e protocolos para detectar 231 corpos e segmentos corpóreos que deram entrada no Instituto Médico Legal (IML). "Estamos trabalhando incansavelmente para a identificação. Até o momento, 299 foram solucionados", explicou o delegado Arlen Bahia.
De acordo com os dados da corporação, foram recebidos 530 casos. Desses, 82 corpos estavam completos e 488 incompletos. Os números também mostram que 31 segmentos "não humanos" deram entrada no IML. O percentual de casos solucionados é 56%.
Continuidade das buscas
Porta-voz do Corpo de Bombeiros, o tenente Pedro Aihara explica que as buscas continuam mesmo após dois meses do desastre, mas destaca que, agora, os trabalhos dos militares se dão por meio do maquinário empenhado. "Temos cerca de 80 máquinas distribuídas em todo o território inundado pela lama. Mais de 1,6 mil toneladas de rejeitos são retirados por dia", informou o tenente.
Segundo o porta-voz, houve diminuição no número de bombeiros que atuam nos locais onde haviam pessoas. No entanto, é proposital a redução. "No começo, a quantidade era importante. Agora, o próprio terreno oferece limitação. Não necessariamente a quantidade de homens provoca maior efetividade das operações", garantiu.
Acompanhamento
Para garantir a segurança dos imóveis e dos envolvidos na maior operação de resgate de Minas Gerais, policiais militares permanecem fazendo cerco nas residências que precisaram ser esvaziadas. O capitão Cristiano Araujo, da Sala de Imprensa da PM, explicou que durante os dois meses desde o rompimento 12 pessoas foram presas, sendo a maioria por estelionato e uso indevido de drone.
"Desde o dia 25 de janeiro, 6.670 militares se revezaram, em turnos, para trabalhar na cidade. Está sendo feito um acompanhamento diário na cidade", disse o capitão.