Mais de 30 peças sacras estão perdidas após rompimento de barragem

Raquel Ramos - Hoje em Dia
19/11/2015 às 17:44.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:33
 (MPMG/Divulgação)

(MPMG/Divulgação)

O Ministério Público de Minas Gerais apresentou, na tarde desta quinta-feira (19), um diagnóstico preliminar dos danos causados ao patrimônio cultural do Estado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no início deste mês. O trabalho de levantamento durou 14 dias.

Segundo o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, essa pode ser considerada a maior tragédia que já atingiu os bens históricos e culturais de Minas.

O maior prejuízo foi na capela São Bento, que estava localizada à juzante da barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues. Do imóvel, cuja origem remonta ao século 18, sobrou apenas pequenas porções do alicerce de construção.

"Um significativo acervo religioso composto por mais de 30 peças inventariadas se perdeu na lama. Altares barrocos também estão desaparecidos", disse o promotor.

Já a igreja Nossa Senhora das Mercês, construída em uma área alta do distrito, permanece intacta. Por estar ilhada pelos rejeitos, porém, também corre risco de deterioração. Na tentativa de salvar parte do patrimônio, peças que faziam parte do acervo da capela foram embalados e entregues aos cuidados do Museu de Arte Sacra de Mariana.

Resgate

Em Paracatu de Baixo e em Barra Longa, dezenas de objetos das igrejas Matriz do Santo Antônio e Nossa Senhora da Conceição foram resgatados em meio a lama. Algumas das peças, segundo o promotor, já encontravam-se em avançado estado de deterioração.

Nenhuma ação de salvaguarda desse patrimônio estava prevista no plano de medidas emergenciais apresentados pela Samarco ao MP. "Essa foi mais uma falha grave, alguns danos causados são irreversíveis. E buscaremos a responsabilização cível e criminal dos que causaram isso".

Ele adiantou que, ainda nesta quarta, o diagnóstico realizado pelo MP será entregue à Samarco.

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