Dos 853 municípios mineiros, apenas 372 deles – menos da metade – se inscreveram no Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, aposta do governo federal para tentar minimizar os problemas da saúde pública em todo o país. As inscrições, tanto para as prefeituras quanto para os profissionais, foram encerradas na última quinta-feira.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerias (CRM-MG), João Batista Gomes Soares, contrário à forma como o programa foi apresentado pelo governo, a baixa adesão dos municípios mineiros tem explicação.
O problema maior, segundo ele, não é a falta de médicos, mas a precária estrutura oferecida para que os profissionais atuem.
Infraestrutura
Em Manhuaçu, na Zona da Mata, cita Soares, há cerca de 200 profissionais. O plantel é suficiente, o que fez com que a cidade não aderisse ao programa. No entanto, a falta de infraestrutura e instalações ideais em postos de saúde comprometem o atendimento à população de mais de 80 mil habitantes.
Mesma situação de Joaquim Felício, no Norte de Minas. Com pouco mais de 4 mil moradores, a prefeitura preferiu não solicitar médicos. A secretária municipal de Saúde, Kamille Lopes Martins, disse que a necessidade da população vai além dos profissionais. “Nossa atenção primária está com o quadro completo. O que esperávamos, na verdade, era repasse financeiro para estruturar os centros de saúde”.
Soares informou que o CRM-MG irá fazer um estudo detalhado na estrutura de saúde das 78 cidades mineiras apontadas como prioritárias pelo governo federal para receber os médicos.
“Alguma coisa não está batendo. Temos informações de que, assim que receberem os médicos bancados pelo programa federal, prefeituras pretendem demitir os que já atendiam no município”, disse. (Com Gabriela Sales)
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