(Toninho Almada)
Após o primo do ex-goleiro Bruno, Sérgio Rosa Sales, réu e uma das principais testemunhas no processo sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, ter sido assassinado a tiros nesta quarta-feira (22) no bairro Minaslândia, na região Norte de BH, outro envolvido no caso pode estar correndo risco de ser executado. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que Sérgio tenha sido vítima de uma queima de arquivo, já que o jovem contribuiu com as investigações sobre o crime.
A outra testemunha, Jailson Alves de Oliveira, estaria sendo ameaçada e já "tem data pra morrer", afirma seu advogado Angelo Carbone. Jailson está preso na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, há mais de 12 anos por crime de latrocínio e não tem envolvimento direto no caso Eliza. Ele apenas dividiu cela com Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", principal suspeito de ter executado Eliza. De acordo com seu advogado, ele saberia detalhes sobre a morte da ex-modelo. "No dia em que mataram os cachorros do "Bola", ele ficou maluco e contou como matou a Eliza. O Jailson sabe de coisas que ninguém sabia", afirma. Carbone contou que "Bola" teria recebido ajuda de outro policial, apelidado de "Inspetor" para executar a ex-modelo e que ela teria sido enforcada, queimada e seus restos triturados e jogados em um rio.
Carbone diz que tenta conseguir, junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), segurança para o cliente há mais de um ano e meio, sem sucesso. Ele pede que Jaílson seja incluído no programa de proteção à testemunha. Há cerca de dois meses, Jailson chegou a fugir da cadeia, mas foi recapturado em seguida. O advogado afirma que a fuga foi armada pela polícia para que o cliente pudesse ser executado fora da cadeia, o que só não teria acontecido porque ele anunciou a fuga na imprensa carioca. De acordo com Carbone, Jailson sofre ameaças constantes do "Inspetor". "Tenho certeza de que se o Tribunal de Justiça de Minas não der uma liminar para que o Jailson seja enviado para um lugar seguro, ele e a mulher dele vão morrer", revela.
O Tribunal de Justiça ainda não confirmou se houve algum pedido de proteção para Jailson Alves de Oliveira.