"Maníaco de Contagem" é condenado a mais 36 anos e 9 meses de prisão

Gabi Santos - Do Hoje em Dia *
11/09/2012 às 15:19.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:11
 (Toninho Almada)

(Toninho Almada)

Trinta e seis anos e quatro meses. Esta é a condenação proferida nesta terça-feira (11) pela Justiça da comarca de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, contra o ex-motorista Marcos Antunes Trigueiro, conhecido como "Maníaco de Contagem". Autor confesso de cinco assassinatos de mulheres, desta vez ele foi julgado pela morte da contadora Edna Cordeiro de Oliveira, ocorrida em novembro de 2009.

O réu havia sido condenado anteriormente a 62 anos e quatro meses de prisão em outros dois processos de homicídios de mulheres na RMBH. O primeiro foi o de Ana Carolina Menezes, morta no bairro Alto dos Pinheiros, na frente do filho pequeno. A outra condenação do réu é referente ao assassinato de Maria Helena Lopes Aguilar, encontrada morta no Bairro Califórnia, Região Noroeste da capital.

Com a sentença desta terça-feira, a pena de Trigueiro sobe 98 anos e oito meses de prisão em regime fechado nos três julgamentos acontecidos até agora. Apesar de sua pena total, pela legislação brasileira ele ficará preso por no máximo 30 anos.

O réu, que cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, ainda deverá ser julgado em mais dois processos até meados do próximo ano, quando o total de condenações por seus crimes poderá superar 150 anos de prisão em regime fechado.

Logo após ser informado sobre a sentença, o advogado de defesa Rodrigo Bizzotto, informou que vai recorrer da condenação imposta pela Justiça em Nova Lima.

O julgamento do "Maníaco de Contagem" foi realizado no acanhado salão de júri de Nova Lima, uma vez que  o corpo da contadora Edna Cordeiro de Oliveira foi encontrado no Bairro Jardim Canadá, às margens da BR-040, (BH-Rio), em novembro de 2009.

O juiz Juarez Morais de Azevedo, que presidiu o júri, proferiu a sentença às 11h15 e o réu, que trajava roupa vermelha de presidiário e sandalhas de borracha, foi levado de volta para a prisão depois de ouvir a decisão judicial.

Marcos Trigueiro estava mais magro e com um penteado moderno, com os cabelos cobertos com óleo. Da mesma forma de antes, atraiu olhares femininos de estudantes de Direito e funcionárias da Justiça. Quando entrou no prédio do fórum, disse que que "não se lembrava de nada sobre os casos, que estava mantendo um bom comportamento na prisão e até estudando para poder voltar ao convívio da sociedade".

Depois de conhecer a nova condenação, o réu preferiu manter o silêncio, voltando sua atenção para o almoço servido a ele - arroz, feijão, ovos, batatas e pedaços de frango.

O promotor Francisco Assis Santiago, do II Tribunal do Júri de Belo Horizonte, que conseguiu as duas condenações nos processos julgados anteriormente, sustentou sua acusação afirmando que o réu cometeu homicídio triplamente qualificado. Reafirmou que Edna Cordeiro de Oliveira fora submetida a estupro, recebeu permissão do criminoso para se vestir e foi assassinada a sangue-frio, por estrangulamento. A vítima ainda teve seu telefone celular roubado por Trigueiro.

A defesa sustentou suas alegações, tentando convencer o corpo de jurados, seis mulheres e um homem, de que Marcos Trigueiro era um réu inimputável, por uma suposta deficiência mental. As alegações foram contestadas pela acusação, quando o promotor lembrou que ao ser ouvido durante a fase de inquérito na Polícia Civil, o acusado havia afirmado que não "possuía nenhuma deficiência de saúde".

A filha da contadora, a estudante de Direito Layanne Cordeiro, falou em nome da família e se disse satisfeita com o desfecho do julgamento. "Só de saber que ele vai pagar por tudo o que fez já me conforta. Estou feliz pela condenação e sei que a minha mãe não vai voltar, mas estou feliz em nome da família. Eu e as outras pessoas que estão comigo vamos sair daqui com a alma lavada". (Atualizado às 18h45)

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