Após 10 dias de ocupação, integrantes de movimentos sociais deixaram a Câmara Municipal de Belo Horizonte no início da noite desta sexta-feira (11). A presença dos manifestantes eram buscar a movimentação de vereadores contra o aumento das tarifas do ônibus na capital mineira.
Eles saíram por vontade própria, alegando não conseguirem ser ouvidos pelos parlamentares. No entanto, o grupo também foi notificado oficialmente para uma ordem judicial, obrigando a desocupação, sob pena de multa.
A ordem partiu de uma Ação de Manuntenção de Posse feita pela própria Câmara Municipal. A alegação era que os manifestantes colocavam música alta de madrugada, faziam uso de bebidas alcoólicas e também festas, o que atrapalhava o andamento dos trabalhos da Casa.
Festa
Os integrantes dos movimentos Tarifa Zero, Passe Livre, Partido Pirata, Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre (Anel) e outros independentes chegaram a convocar uma festa para a despedida da ocupação na Câmara. Segundo o integrante do Passe Livre, Pabs Andrade, a medida foi uma forma de protesto. "Encerraremos com um movimento cultural pois acreditamos que toda luta está atrelada a manifestações culturais", informou. Com a notificação oficial para a saída, o evento foi cancelado.
Sobre a ação judicial, o Tarifa Zero BH, manifestou repúdio à atitude. "Tomamos conhecimento, pela imprensa, de que está em curso um pedido de reintegração de posse por parte do presidente da Câmara, vereador Wellington Magalhães (PTN). Tal ação judicial ocorreu sem que tenha havido nenhum diálogo anterior buscando esclarecer quaisquer de suas acusações declaradas à imprensa. Ao contrário, dois dias após o ocorrido protocolarmos na presidência um pedido de reunião com o fim de esclarecer as acusações, mas não obtivemos nenhum retorno", informou o texto.
O grupo vai realizar novas reuniões para definir os rumos do movimento. Segundo Andrade, os movimentos sociais pretendem realizar novos atos contra o aumento de passagem.