Mapeamento do esgoto para identificar regiões com maior presença de coronavírus começa nesta sexta

Gledson Leão
gleao@hojeemdia.com.br
Publicado em 24/04/2020 às 11:00.Atualizado em 27/10/2021 às 03:21.
 (Carlos Roberto)
(Carlos Roberto)

Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) iniciaram nesta sexta-feira (24) o monitoramento do sistema de esgoto de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana. A intenção é coletar amostras e verificar a presença do novo coronavírus em diferentes regiões. Os primeiros resultados devem ser concluídos na primeira quinzena de maio.

O projeto-piloto, primeiro no país, foi desenvolvido pela UFMG em parceria com Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e Copasa.

De acordo com Carlos Chernicharo, coordenador do INCT, serão 22 pontos de coleta, entre os ribeirões do Onça, no Barreiro, e do Arrudas, em Santa Efigênia (Leste), além da Pampulha e Contagem. A retirada será semanal até o fim deste ano.

"A demanda por testes é grande, e a pesquisa pode ser uma alternativa para identificar as áreas onde há maior contaminação. Vamos analisar amostras de vários pontos das cidades e observar em quais regiões há maior incidência do vírus. Assim, vamos saber em quais os bairros o coronavírus tem circulado mais", explicou Chernicharo.

Conforme o projeto, as informações geradas serão cruzadas com os dados de internações fornecidos pelas secretarias de saúde. A partir daí, será desenvolvido um mapeamento de área de circulação do Covid na capital e na cidade vizinha.

Segundo o professor, não há evidências da transmissão de Covid-19 através das fezes de pacientes infectados, mas que será possível traçar ações de prevenção já que uma parcela importante da população não tem saneamento básico.

"A expectativa é que os primeiros resultados já sejam concluídos na primeira quinzena de maio. Esperamos mapear a mobilidade do Sars-CoV-2 em diferentes pontos de pesquisa a partir da análise dos resíduos presentes no esgoto", disse.

O projeto realizado na UFMG reproduz na Grande BH uma pesquisa realizada na Holanda, que detectou a presença do novo coronavírus em amostras de esgoto. No caso europeu, a Covid-19 foi encontrada na rede de rejeitos do aeroporto de Schiphol, além de estações de tratamento das cidades de Kaatsheuvel e de Tilburg.

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