O prefeito Marcio Lacerda comemorou a eleição do conjunto arquitetônico da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade. Em entrevista na manhã deste domingo (17), Lacerda destacou o trabalho que vem desde 2012.
"Conversei com a Maria Estela Kubitschek (filha adotiva de Juscelino) e ela me disse que de onde está, o pai vai estar comemorando o título. É uma honra muito grande para Minas Gerais, fruto de um trabalho que já se estende há quatro anos e que vai tornar a cidade muito mais acolhedora para moradores e turistas", disse Lacerda.
Com a eleição, o conjunto arquitetônico da Pampulha vai ter três anos para se adequar às exigências da Unesco, que durante a votação que deu o título à cidade, citou a degradação da lagoa e a conservação das construções originais. O prefeito mencionou os investimentos no valor de R$100 milhões para desassoreamento da lagoa e os R$30 milhões pelo tratamento de choque da água, o que, promete a Prefeitura de Belo Horizonte, vai tornar possível a prática de esportes náuticos até o fim deste ano. Outras melhorias também estão previstas.
"Temos uma boa presença da Guarda Municipal, mas vamos ampliar o número de câmeras na região. Temos que concluir o restauro do museu, da Igreja, a praça Barbieri precisa remodelada de acordo com o desenho original. Também queremos readequar a sinalização, manter um terminal de informação para turistas e cuidar do jardins", prometeu Lacerda. Além disso, a Belotur negocia pacotes de turismo com agência do Brasil de modo a atrair visitantes para a cidade.
Expectativa
O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas José de Oliveira, conta que nem dormiu na madrugada deste domingo, à espera da votação. A expectativa vinha desde quinta-feira, quando a votação foi adiada para análise de patrimônios do Leste Europeu e da Síria e seria retomada ontem. Porém, a tentativa de golpe militar na Turquia adiou os planos da fundação. "Mas hoje fiquei ligado, acompanhando tudo. Das 6h às 8h só consegui chorar de emoção", comemorou.
Belo Horizonte agora espera um aumento no número de turistas. De acordo com estudo realizado pela Organização Mundial do Turismo (OMT), cidades com patrimônios reconhecidos pela Unesco recebem, em média, até 40% mais turistas. Para atrair visitantes, a Fundação já pensa em programação temática e tour pela orla. "Temos proposta de ter barcos ligando um equipamento a outro, temos o ônibus turístico já estamos licitando e prevemos uma série de atividades recreativas para fazer com que as pessoas se apropriem da cidade".
População espera por melhorias
O estudante mexicano Cristian Tovar, de 22 anos, visitava Belo Horizonte e a Pampulha pela primeira vez na manhã deste domingo. Ele disse que, antes de sair do país, nem ele nem as amigas - as também mexicanas Karina Briseño, de 26 anos e Daniela Tovado, de 25 - não encontraram nenhuma informação sobre o conjunto. "Vou iniciar um intercâmbio em São Paulo e resolvi vir para Belo Horizonte. Cheguei até a Igreja por acaso, é muito bonita e ainda com um lago no entorno".
Ele, porém, se assustou com a quantidade de lixo na lagoa e esperava encontrar uma balsa para passear na lagoa. "Espero que o título dê mais opções de atividades".
A empresária belo-horizontina Juliana Batistele, 32 anos, segue a mesma linha. Passeando com o marido e os dois filhos, ela diz que, apesar de morar no Castelo (na região da Pampulha), vai pouco à lagoa. "Não tem muito mais pra fazer aqui que caminhar e admirar a paisagem. A gente agora vai ficar na expectativa de ver a Lagoa despoluída e com mais opções de lazer pra quem visita", pede Juliana.