Mau tempo prejudica buscas por desaparecidos em naufrágio de escuna em Angra

Aline Louise - Hoje em Dia
30/11/2015 às 19:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:09
 (Reprodução)

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A chuva e o mau tempo no Rio de Janeiro tem prejudicado as buscas aos 5 mineiros desaparecidos em um naufrágio, na noite do último sábado, em Angra dos Reis. Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros do Estado, nesta segunda-feira (30), as buscas começaram às 8h30 e foram encerradas às 15h30, por causa da pouca visibilidade e a agitação do mar. Nenhum vestígio dos desaparecidos foi encontrado.


De acordo com a corporação, as buscas só puderam ser feitas na superfície. O mau tempo impossibilitou que os mergulhadores fossem mais fundo para procurar a embarcação, já que alguns corpos podem estar presos ao barco. Nesta quinta-feira, a depender do tempo, os trabalhos devem ser retomados às 8h.


Em Arantina, na Zona da Mata mineira, o clima é de tristeza e apreensão pela falta de notícias dos 5 moradores da cidade que não foram resgatados, depois que a embarcação com 13 pessoas afundou. Entre os desaparecidos está o vice prefeito do município, José Geraldo da Silva. A espera gera angustia nos familiares e sobreviventes. “Estamos todos rezando, fazendo uma corrente positiva para que tudo dê certo”, diz o advogado Erlei Eros Misael, de 42 anos, que conseguiu nadar até uma ilha.

Para ele, o naufrágio foi uma fatalidade. “Não sabemos dizer o que deu errado. Não tinha vento forte, o mar não estava tão agitado, não batemos em nada, simplesmente, ao fazer uma curva, o barco tombou e ademou”, conta. Segundo o sobrevivente, era para ser um final de semana de festa, em que 47 pessoas faziam uma confraternização, numa pescaria coletiva, em 4 embarcações.


“Essa pescaria acontece há 3 anos, é um torneio entre amigos. Estávamos programando tudo há cerca de 3 meses. Temos um grupo de pesca aqui de Arantina e outro em Bom Jardim de Minas. Juntamos os grupos, de amantes da pescaria, e fazemos essa confraternização. Essa era a terceira vez”, conta.


Erlei, depois que o barco afundou, conseguiu se segurar num pedaço de madeira e nadar até a ilha. Ele acredita que nadou por cerca de 40 minutos. No trajeto, sentiu medo e pensava nos amigos. “Eu me perguntava aonde estavam os outros, se eu ia conseguir, porque isso estava acontecendo. Fora o medo daquele momento, o sentimento que tenho agora é de frustração e impotência de não poder fazer nada e ficar sem notícias”, diz, ainda com esperança que todo sejam encontrados vivos.


O Prefeito de Arantina, Francisco Carlos Ferreira Alves, disse que o município está prestando assistência aos parentes dos desaparecidos. “O clima está horrível, foi uma tragédia. Mas estamos fazendo o que podemos, disponibilizamos serviço social, atendimento psicológico. O ruim é ficar nesta expectativa, não sabemos o que aconteceu realmente”, diz
 

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