Medo da violência e vandalismo espantam morador e visitante da Praça do Papa

Letícia Alves - Hoje em Dia
04/11/2015 às 06:43.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:19
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

“Pra ser assaltado? Não, valeu”. A resposta de um internauta ao convite da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para conhecer a Praça do Papa, no bairro Mangabeiras, zona Sul da cidade, descreve bem a situação do local depois das 22h. Registrada na página do Executivo no Facebook, a publicação gerou vários comentários sobre um dos principais pontos turísticos da capital mineira.

Segundo moradores, a praça recebe milhares de visitantes de quinta-feira a sábado. O problema é que, denunciam os vizinhos, alguns dos frequentadores incrementam a diversão com música estridente, motos ‘cantando pneus’, tráfico de drogas e até protagonizam cenas de sexo ao ar livre. Inclusive, os jardins dos imóveis acabam virando banheiros públicos.

A situação deixa quem mora na vizinhança sem dormir, e a insegurança já obriga algumas pessoas a se mudarem da região.

É o caso de uma família que vivia em um imóvel em frente à praça, na esquina com a rua Professor Lourenço Sobrinho. Revoltados, os ex-moradores afixaram , no portão da entrada, três faixas com os dizeres “Devido à tentativa de assalto, mudamos e limpamos a casa de todo e qualquer valor”.

“Eles se foram há uma semana, após uma tentativa de sequestro”, contou o jardineiro Mauro Mariano da Silva, de 24 anos, que ficou tomando conta do local.

Uma moradora, que pediu anonimato, contou que outras duas famílias deixaram as casas por não suportarem mais conviver com o problema. “Temos tanto medo que aqui impera a lei do silêncio”, comentou. Por causa das noites mal dormidas, ela passou a ter pressão alta.

Sem lei

Por causa dos casos de desrespeito às leis, a área foi apelidada pelos moradores de Praça Guaicurus. Mesmo com o comércio ambulante proibido, eles afirmam que bebidas são vendidas livremente no local. “Não tem policiamento, e isso tira o direito de quem quer relaxar e trazer a família para a praça”, disse outro morador, que preferiu não se identificar.

Solução

Apesar das reclamações, o assunto só será debatido entre moradores, Polícia Militar e prefeitura daqui a 30 dias, adiantou o presidente da associação de moradores, Alberto Davila. “Vamos tentar achar uma solução".

Sobre o policiamento no bairro, o 22º Batalhão da PM informou que ele é feito 24 horas por dia, lançando mão de viaturas e motos. A corporação informou ainda que o Patrulhamento Comunitário, a Rede de Vizinhos Protegidos e aplicativos em celulares têm contribuído com a redução da criminalidade.

Ação conjunta

Por meio de nota, a prefeitura disse estar ciente da situação e planeja uma operação conjunta com os órgãos de segurança e de trânsito. O Executivo informou que a fiscalização de vendedores ambulantes é feita regularmente na praça.

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