Medo do coronavírus muda até celebrações na Quaresma; Arquidiocese pede a fiéis que evitem contato

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
27/02/2020 às 11:21.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:46
 (Wesley Rodrigues / Arquivo Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues / Arquivo Hoje em Dia)

Dois novos casos suspeitos de coronavírus são atualmente investigados na capital mineira. As possíveis vítimas – moradoras de Belo Horizonte que não se conhecem, mas têm histórico de viagens recentes aos mesmos destinos na Ásia – estão internadas em áreas de isolamento, uma delas no Hospital do Barreiro e outra em unidade de saúde particular. 

O temor de que a doença se espalhe levou ontem a Arquidiocese de Belo Horizonte a pedir que os católicos não deem “abraço de paz” ou unam as mãos durante a oração do Pai-Nosso nas celebrações. Ontem teve início a Quaresma. 

No início do ano, dois outros casos suspeitos de coronavírus foram descartados pelas autoridades de saúde na capital. No Brasil, primeiro registro da doença foi confirmado ontem pelo Ministério da Saúde, em São Paulo, e há outros 18 em investigação. 

Familiares e outras pessoas que tiveram contato com as duas pacientes da capital são acompanhados, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). As mineiras têm 25 e 57 anos. Apresentaram alguns sintomas da enfermidade – febre, tosse, dor de garganta e falta de ar – no último dia 22. A primeira esteve na Tailândia, passando no Vietnã, em Singapura e fazendo conexão em aeroportos de Abu Dabi e Madri. A outra viajou a Dubai, em janeiro, e esteve na Tailândia, Vietnã e Camboja.
 
Preparo
O assunto “coronavírus” segue entre os mais buscados por internautas nas redes sociais, o que mostra a preocupação dos brasileiros. Mas especialistas garantem que não há motivo para alarde.

“Não podemos subestimar a doença, mas temos que enfrentar o caso de forma madura”, diz o médico Estêvão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia.

Na avaliação dele, os hospitais do Estado estão preparados, em caso de surto. O infectologia orienta a quem esteve em áreas de risco, como China e Itália, e apresentou sintomas, a comparecer a uma unidade de saúde. “Toda a população tem que ter o costume de higienizar corretamente as mãos, com álcool em gel, de tempos em tempos. Essa medida ajuda a prevenir várias enfermidades”. 

Por nota, a SES disse que “Minas Gerais está tomando todas as medidas necessárias para contenção do vírus, conforme orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde”.

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