Megaoperação prende 83 homicidas que estavam foragidos em Minas

Renata Evangelista
28/05/2019 às 13:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:51
 (Renata Evangelista/Hoje em Dia)

(Renata Evangelista/Hoje em Dia)

Oitenta e três acusados de assassinatos foram presos em Minas Gerais, nesta terça-feira (28), durante a Operação Cronos II, deflagrada pela Polícia Civil com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em Belo Horizonte, 13 pessoas foram detidas. O número, contudo, pode aumentar já que a Justiça expediu 100 mandados de prisão, que estão sendo cumpridos ao longo do dia.

Entre as principais motivações dos homicídios, conforme o delegado chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida, Emerson de Morais, estão tráfico de drogas e vingança contra companheiras ou ex-companheiras. Há ainda suspeitos que mataram por motivos considerados fúteis, como o caso de um rapaz de 28 anos que tirou a vida do vizinho por causa da desavença causada por um gato.

No processo consta que o autor brigou com a vítima porque ela havia xingado a filha dele. "A menina de 6 anos brincava com um gato e enrolou o animal em uma manta. Ela embalava o felino como se fosse um bebê. O vizinho viu e xingou a menina, falando que ela estava maltratando o gato", explicou o delegado.

A criança contou para o pai, que por sua vez foi tirar satisfação com o vizinho. Os dois discutiram e um dos envolvidos sacou uma faca para o outro. Uma semana depois, quando o vizinho fazia a mudança de endereço, o suspeito o matou a pauladas. O crime aconteceu em dezembro do ano passado no bairro Jardim Vitória, região Nordeste da capital.

O acusado de assassinato já respondia a outro processo por furto de picanha. Conforme a polícia, ele não demostrou arrependimento ao ser preso e teria dito que "antes a mãe da vítima chorar do que a mãe dele".Polícia Civil/Divulgação

Ação aconteceu em todas as regiões do Estado

Empenho

O balanço final da megaoperação deve ser divulgado no fim do dia, quando a quantidade de presos será atualizada. O delegado Emerson de Morais adiantou, porém, que todas as regiões do Estado prenderam suspeitos de assassinatos. No total, 480 policiais participam da Cronos II. Eles apreenderam diversos produtos ilícitos, sendo a maioria drogas.

Além de Minas, a operação aconteceu simultaneamente no Distrito Federal e em outros 20 estados. No Brasil, até o início da tarde, 199 prisões haviam sido efetuadas, sendo 177 por homicídios e 22 por feminicídios. Sete adolescentes também foram apreendidos.

Queda na criminalidade

Um dos objetivos da operação, de acordo com o delegado Wagner Silva, chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), é dar uma resposta rápida para a população sobre a violência no Estado. Conforme o delegado, no primeiro trimestre deste ano,  Minas Gerais registrou 24% de queda da criminalidade. Em BH, o número foi um pouco mais modesto: 15% de recuo.

Ele garantiu que a Secretaria de Administração Prisional (Seap) foi informada da operação e reservou vagas para todos os presos.

Primeira fase
 
Segundo a Polícia Civil, o nome da operação, Cronos II, faz referência "à supressão do tempo de vida da vítima, reduzido pelo autor do crime". Na primeira fase da Operação, deflagrada em agosto de 2018, 2.627 adultos e 341 adolescentes foram detidos em 16 Estados e no Distrito Federal.

Dentre as prisões, 42 foram pela prática de feminicídio, 404 por homicídio e 289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha. Além disso, ocorrerem 640 autuações em flagrante por posse ou porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e outros crimes; e 1.252 pessoas foram detidas em decorrência de mandados de prisão expedidos por outros delitos.

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