
Vinte caminhões abarrotados de produtos eletroeletrônicos foram apreendidos pela Polícia Militar em uma megaoperação realizada nesta quarta-feira (11) em um shoppings popular da rua Curitiba, no Centro de Belo Horizonte. A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Receita Federal e fiscais da prefeitura. A apreensão é considerada a maior da história do Estado, segundo o tenente-coronel Micael, comandante do 1º Batalhão da PM.

A polícia chegou até os produtos após receber informações de que haveria material estocado em um dos andares do shopping e que esse material abasteceria outros shoppings populares. "Vamos continuar as operações para coibir a venda de produtos de furto e roubo, contrabando e receptação", explicou o comandante.
Durante a manhã, seis pessoas foram presas em outros dois shoppings populares, também na região Central de BH. Com eles foram apreendidos 1.104 aparelhos de procedência duvidosa, 14 com queixa roubo e 10 computadores. Onze boxes foram fiscalizados e a carga total apreendida foi avaliada em pelo menos R$ 20 milhões.
Inicialmente, a varredura foi organizada para barrar a receptação de smartphones. A ação aconteceu um dia após o Hoje em Dia mostrar que a facilidade para revender os aparelhos no mercado paralelo alimenta o principal roubo cometido na metrópole. De um total de 13 mil assaltos registrados de janeiro a setembro deste ano, em 8,1 mil a vítima ficou sem o telefone.
Na operação deflagrada nesta quarta, também foram recolhidos produtos eletroeletrônicos, acessórios e até peças de vestuário. Mais de 260 policiais, 23 auditores da Receita Federal e dez integrantes do Ministério Público (MP) participaram do pente-fino, que contou com apoio da prefeitura.
Esta foi a segunda operação em centros de compra populares nesta semana. Na segunda-feira, fiscais apreenderam 500 celulares.
Choque
Pela Polícia Militar, lá estavam o Batalhão de Choque, cavalaria e canil. “O intuito foi estabilizar a área, oferecendo segurança aos cidadãos. Essa é uma região com muitos praticantes de furtos e roubos de telefones que podem causar algum problema”, afirmou o tenente-coronel Juliano Trant, comandante do Choque.
Coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a procuradora Cássia Gontijo reforçou que as pessoas não devem adquirir produtos sem nota fiscal, pois isso fomenta o crime.
“O próprio comprador pode ser vítima e ter o celular roubado ou furtado”, disse. Cássia Gontijo ainda lembrou que esses consumidores também podem responder por receptação. Atualmente, a pena vai de um a quatro anos de cadeia.
Os aparelhos recolhidos podem voltar aos donos, caso eles tenham feito boletim de ocorrência, informado o número do Imei – código de identificação. O restante ficará à disposição da Receita Federal.

Retorno
O Uai Shopping Centro disse que cooperou com a polícia, prestando informações e facilitando o acesso ao local. Já os responsáveis pelo shopping A Popular não se manifestaram até o fechamento desta edição.
*Com Rosiane Cunha