Membros da Galoucura que espancaram cruzeirense em 2018 irão a júri popular

Da Redação
26/06/2019 às 18:25.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:17
 (Reprodução )

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Irão a júri popular os quatro membros da Galoucura que espancaram, em março de 2018, torcedor da Máfia Azul, no bairro Prado, região Oeste de BH. Eles foram denunciados por tentativa de homicídio por motivo fútil, com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. A decisão de encaminhar o processo ao júri foi proferida, nesta quarta-feira (26), pelo juiz Marcelo Fioravante, do 1º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

Além disso, o magistrado também manteve o decreto de prisão contra os réus "para a aplicação da lei penal", uma vez que dois deles continuam foragidos. "Nem mesmo a condenação de um dos réus, pelo homicídio de outro torcedor rival, se mostrou suficiente para refrear o ímpeto violento desses 'torcedores' ", pontuou o juiz em sua decisão.

De acordo com o TJMG, a denúncia indica que, no dia 4 de março de 2018, após um jogo entre os clubes Atlético e Cruzeiro, os quatro réus e um quinto suspeito (cujo processo foi desmembrado dos demais) agrediram a vítima com chutes, socos e pauladas, de forma violenta e sucessiva. As agressões aconteceram entre a avenida Amazonas e a rua Cura D'ars.

No dia 9 de abril deste ano, durante audiência, um dos acusados admitiu ser a pessoa que aparece no vídeo e confessou ter dado chutes na vítima, alegando que estava apenas "revidando agressões", já que os rivais estariam disparando rojões na direção dos membros da Galoucura. Ele disse ainda ter sido o primeiro a alcançar o cruzeirense e ter dado o chute que o derrubou. 

Já o outro réu negou ter agredido o torcedor, dizendo que o homem estava caído e ele apenas o empurrou com o pé, por acreditar que estivesse morto. "Se quisesse desferir um golpe para prejudicar aquele jovem, realmente teria desferido e ele nem estaria aqui mais", afirmou em sua defesa logo após dizer que pratica artes marciais há 20 anos.

Em seu depoimento, o homem espancado disse que estava em uma Kombi com outros torcedores do Cruzeiro quando foram interceptados pelos integrantes da Galoucura, sendo forçados a descer do veículo. O rapaz contou também ter perdido a consciência logo nos primeiros golpes, afirmando que não houve briga ou conflito anterior às agressões. O depoimento da vítima foi corroborado por outras testemunhas.

Confira o vídeo que mostra as agressões:

Pedidos

Os advogados de três dos acusados solicitaram que o crime fosse alterado de homicídio tentado para rixa qualificada, alegando que o que aconteceu foi uma briga generalizada. Entretanto, de acordo com o magistrado, embora o cenário aponte animosidade entre as torcidas, com torcedores portando paus, pedras e rojões em ambos os lados, o único indivíduo que realmente foi agredido foi a vítima. 

"Não se quer dizer que as imagens isentam o grupo de torcedores cruzeirenses de parcial responsabilidade pelo início do confronto, já que as câmeras também capturam esse grupo descendo a rua Cura D'ars, munidos de rojões e pedaços de pau, e somente recuaram quando se perceberam em desvantagem. Todavia, aparentemente, não ficou evidenciada nenhuma agressão física precedente àquelas sofridas pela vítima", argumentou o juiz.

Ele concluiu, então, que as agressões foram motivadas pelo simples fato de os envolvidos torcerem para times rivais, o que configuraria o motivo fútil. Já as lesões sofridas decorreram de socos, chutes e golpes sucessivos e violentos, ocasionando a perda de memória e fala do ofendido, indicando o emprego de meio cruel no crime, e, por fim, o fato de ele ter sido atacado em inferioridade numérica, desprovido de defesa, culminou na qualificação por recurso que dificultou a defesa da vítima. 

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