BELO HORIZONTE - O governo federal prevê que o Memorial Nacional da Anistia, espaço de preservação e resgate da memória do regime militar (1964-1985), seja inaugurado em Belo Horizonte em junho de 2014, junto com a Copa do Mundo.
O anúncio foi feito na sexta-feira (30), durante a assinatura do contrato de construção do memorial, cuja montagem está sob a coordenação da UFMG.
A previsão de inauguração anterior era outubro de 2013. A nova data foi anunciada por Nilmário Miranda, ex-ministro dos Direitos Humanos e atualmente conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O custo do memorial anunciado no ano passado é aproximadamente R$ 24 milhões.
Foram analisados locais no Rio e em São Paulo. O local escolhido em BH é o antigo prédio da Fafich (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), da UFMG, no bairro Santo Antônio (região sul), marco de resistência à ditadura em BH.
O memorial contará com um centro de pesquisa e terá no seu acervo todo o material referente aos 60 mil processos de indenização que foram apresentados na Comissão da Anistia Política.
Também servirá para consulta de dossiês administrativos, relatos e testemunhos, livros, áudios e vídeos recebidos pela Comissão de Anistia por meio de campanha de doação de arquivos referentes ao período da ditadura.
Todo o acervo preservado pela própria UFMG sobre esse período, que inclui cerca de 10 mil fotos e 400 filmes, serão incorporados ao memorial.
"Será criado um acervo de documentos sobre pessoas que o regime torturou, matou, perseguiu, exonerou, demitiu, censurou, ou de quem cassou direitos", afirmou Nilmário.
O espaço terá cinco andares, além de prédios anexos e uma praça com exposição permanente, equipamentos multimídia e interativos contendo depoimentos de ex-presos políticos.