Menina de 12 anos esfaqueia e enforca filho recém-nascido em Ponte Nova

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
26/02/2021 às 14:40.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:16
 (Reprodução/ Google)

(Reprodução/ Google)

Um bebê morreu após ser esfaqueado e enforcado com um fio de carregador de celular logo após o nascimento, na noite dessa quinta-feira (25), no bairro Triângulo, em Ponte Nova, na Zona da Mata mineira. As suspeitas do crime são a mãe, de 12 anos, e a avó do recém-nascido.

Durante conversas com militares, as envolvidas entraram em contradição sobre o fato e menina acabou assumindo que a mãe ajudou no parto. De acordo com a Polícia Militar, a adolescente relatou que não sabia que estava grávida e que acreditava que as dores que sentiam tratavam-se de cólicas menstruais.

O caso teve início na tarde dessa quinta, quando a jovem relatou à mãe dela, de 49 anos, que estava com dor e essa a recomendou ficar sob o sol, pois isso ajudaria nas cólicas menstruais. A sugestão não funcionou e o incômodo aumentou. Ela recebeu um relaxante muscular da mãe e ambas foram dormir - a mãe na sala e a filha no quarto.

Ao entardecer, as dores se intensificaram e a adolescente sentiu que o corpo dela movimentava-se involuntariamente para a expulsão "de algo da barriga". Ela se levantou da cama e notou que a cabecinha do bebê estava saindo.

A menina puxou a criança e, sem querer, bateu o bebê em uma cômoda. Em seguida, ela acordou a mãe, que ficou desnorteada ao ver a cena e saiu da residência para pedir ajuda. Nesse momento, a adolescente foi à cozinha e pegou uma faca de serra e um fio de um carregador de celular. 

Primeiramente, ela fez um corte no pescoço do recém-nascido e, em seguida, tentou enforcá-lo. A mãe retornou à casa, com vizinhos e a namorada dela, de 44 anos. A menina interrompeu a tentativa de homicídio ao notar a chegada de outras pessoas.

O bebê foi enrolado em um lençol e teve os ferimentos higienizados. O Corpo de Bombeiros foi acionado e levou o recém-nascido até o Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova. Ele foi atendido, mas não resistiu.

Os policiais foram ao centro médico e conversaram com a adolescente. A todo momento, ela relatava que a mãe dela não tinha conhecimento da gravidez e não tinha auxiliado-a durante o parto. "A mãe aqui sou eu. Se minha mãe tivesse ajudado, estaria suja de sangue também", afirmou aos agentes.

Em todo o tempo, a mãe reproduziu a mesma história aos policiais: disse que não sabia da gravidez, que imaginou que a filha estivesse apenas engordando, que não percebeu atrasos menstruais e que não ajudou no parto. Por fim, ela completou que, após ver a cena, começou a mandar mensagens de áudio para vários conhecidos para relatar a situação.

Parto de alto risco

Durante diligências, os militares conversaram com o médico e o enfermeiro que atenderam o caso e esses foram categóricos em afirmar que a adolescente, sem anestesia, não teria conseguido fazer o parto sozinha, já que esse era de alto risco.

Além disso, as lacerações na parede vaginal seriam muitas, pelo fato de a adolescente não estar com o corpo totalmente preparado para a gestação, o que causaria imensa dor.

A explicação da equipe médica foi repassada à adolescente, que acabou contando que a mãe a ajudou no parto. A menina afirmou que, devido à dor, quis sufocar o bebê e cortar o pescoço do mesmo.

À PM, a adolescente ainda relatou que escondeu a gravidez da mãe porque essa dizia a ela que se ela engravidasse, ela seria mandada para morar com o pai, situação que ela não queria. Por fim, ela relatou que o pai da criança, um adolescente de 16 anos, também não sabia que seria pai.

A polícia prendeu a mulher de 49 anos devido às versões contraditórias. Ela foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Ponte Nova. A adolescente ficou internada e o Conselho Tutelar foi chamado para acompanhar o caso.

Adulteração da cena do crime

Enquanto a mulher, a filha e o neto iam para o hospital, a namorada da mãe da adolescente pediu ajuda a vizinhos para lavar as roupas de cama ensanguentadas. A mulher relatou que os tecidos apresentariam odor se não fossem lavados com rapidez.

À polícia, ela relatou que não sabia da gravidez da adolescente, pois quase não tinha contato com a mesma. Apesar disso, narrou que, recentemente, havia percebido a gestação e teria alertado a namorada sobre o caso. A mulher, então, teria pedido que ela "cuidasse das próprias filhas dela".

A namorada foi presa por adulteração de cena de crime e levada para a delegacia. Os celulares dos envolvidos foram apreendidos e poderão ajudar a elucidar o caso.

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