Uma troca de tiros durante uma perseguição policial terminou com um menino de 9 anos baleado e um ônibus incendiado. O caso aconteceu na noite de segunda-feira (21) no bairro São Paulo, região Nordeste de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Militar, a ocorrência teve início após um roubo no bairro União, na mesma região. Ao avistar os suspeitos, militares do 16º Batalhão iniciaram a perseguição. Contudo, a dupla desobedeceu a ordem de parada e fugiu em alta velocidade, cometendo diversas infrações de trânsito. 

Consta no Boletim de Ocorrência que um dos homens disparou em direção aos policiais, que revidaram. O fato aconteceu no aglomerado do bairro São Paulo, onde o garupa conseguiu fugir e o motociclista, que não tinha permissão para dirigir, foi detido.

Ainda segundo a PM, moradores da região tentaram impedir que o rapaz fosse conduzido. Um grupo arremessou pedras, madeiras e fogos de artifício em direção aos militares. Mesmo com os ataques, o suspeito do roubo foi detido e levado para a Central de Flagrantes (Ceflan) 1.

Ferido e protesto

Posteriormente, a Polícia Militar foi avisada de que um menino de 9 anos foi atingido pelos tiros disparados no aglomerado. A criança foi socorrida pelo Guarda Municipal e conduzida para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) São Paulo. De lá, ela foi levada para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

Em repúdio ao caso, moradores da região atearam fogo em um ônibus da linha 3503 (São Gabriel/Santa Terezinha). O motorista, o cobrador e os passageiros foram obrigados a descer do coletivo, que foi apedrejado e parcialmente incendiado.

O veículo teve o para-brisa e os vidros laterais quebrados e o piso queimado. Conforme o Corpo de Bombeiros, foram usados 1,5 mil litros para combater as chamas. Na madrugada desta terça-feira (22), a empresa responsável pela linha iniciou os trabalhos de reparo para tentar colocar o ônibus de volta as ruas da cidade.

Prejuízo

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), com mais este caso, o número de coletivos destruídos e retirados de circulação neste ano subiu para sete.

Cada ônibus custa, em média, R$ 360 mil e atende cerca de 500 pessoas por dia. A substituição só ocorre após 150 dias, já que é necessário fazer cotação de preços, esperar pelo tempo de entrega do fabricante e instalação da tecnologia exigida pela BHTrans.

"Atos de vandalismo também prejudicam a capacidade de reinvestimento dos consórcios, onerando o sistema e a operação das empresas, que não possuem seguro contra ações dessa natureza", lamentou o sindicato.

Em 2015, conforme levantamento do SetraBH, nove ônibus foram incendiados em BH.

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