Menor prestou depoimento e fez denúncia de "maneira espontânea", diz testemunha

Thais Mota - Hoje em Dia
05/03/2013 às 14:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:35
 (Renata Caldeira/TJMG)

(Renata Caldeira/TJMG)

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues foi retomado na tarde desta terça-feira (5) com a leitura do depoimento, por carta precatória, de Renata Garcia da Costa. A analista técnico-jurídica trabalhava no Centro Socioeducativo São Benedito, onde o primo do atleta, Jorge Luiz Lisboa, cumpriu medida socioeducativa por participação no desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Em seu depoimento por carta, Renata afirma que o único contato com Jorge Luiz foi durante o período em que o então adolescente ficou no centro socioeducativo. Ela foi arrolada como testemunha da acusação porque acompanhou um depoimento prestado pelo primo do goleiro à Polícia Civil.   A analista técnico-jurídica negou que o menor tenha sido coagido ou pressionado enquanto contava o que sabia. Ainda segundo a mulher, o depoimento durou um dia inteiro, com intervalos para que Jorge se alimentasse. Segundo ela, tudo o que ele disse foi de maneira espontânea.   Renata negou, também, que o jovem fizesse uso de drogas na unidade, mas admitiu que a entidade chegou a receber um procedimento que tratava do envolvimento do menor com drogas no Rio de Janeiro.    Ela disse, ainda, que entrou em contato com a família de Jorge para que fosse contratado um defensor para representar Jorge Luiz, o que, segundo ela, foi feito logo depois do acautelamento do menor. Renata contou também que o advogado e a família tinham contato frequente com Jorge e livre acesso para visitá-lo.   Depoimento   A previsão inicial era de que o goleiro Bruno fosse ouvido ainda hoje, mas segundo informações da promotoria e do advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, ele só deve ser ouvido na quarta-feira (6).    Após a leitura do depoimento de Renata Garcia, o promotor Henry Wagner Vasconcelos deve apresentar alguns vídeos, entre eles a entrevista concedida por Jorge Luiz ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Entenda o caso   Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.    Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado.   O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril.   O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto.   Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.

Atualizada às 15h21

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