Mesmo com UPAs lotadas, Ômicron e temporada de dengue, BH não espera impacto no sistema de saúde

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeemdia.com.br
30/12/2021 às 18:58.
Atualizado em 04/01/2022 às 00:16
 (DIvulgação/ HC-UFMG)

(DIvulgação/ HC-UFMG)

Belo Horizonte vive uma sobrecarga nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), aumento no número de casos de doenças respiratórias e já registra transmissão comunitária da variante Ômicron da Covid-19. Ainda assim, a expectativa da secretaria de Saúde da capital é de que não haja problemas no atendimento médico no início de 2022.

Com a temporada de chuvas, o número de casos de dengue e outras doenças como chikungunya e zika aumenta. De acordo com o secretário de Saúde, Jackson Machado, esse crescimento não deve impactar negativamente no sistema municipal de saúde.

"Epidemiologicamente é muito pouco provável que tenhamos uma sobrecarga em janeiro porque, até agora, nós tivemos pouco mais de mil casos de dengue na cidade (em 2021)", disse Machado em entrevista coletiva nessa quarta (29). No ano passado, BH contabilizou 4.751 casos de dengue.

Ainda assim, o secretário reafirmou a importância do apoio da população no combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya. Segundo ele, até março, é possível que ocorra um aumento nos casos dessas zoonoses, em virtude das chuvas.

"Nós sabemos que 80% dos reservatórios (das larvas do mosquito) estão dentro dos domicílios,e não em áreas públicas. E que 25%  dos reservatórios são aqueles pratinhos de planta. Então, é muito importante que as pessoas se conscientizem disso e limpem os pratinhos das plantas, e que a água do animal de estimação também seja trocada todos os dias", afirmou.

Influenza
Sobre os casos de gripe, a expectativa do secretário é de que a alta na incidência da doença não dure por muito tempo.

"Nós temos visto em outras cidades que a duração (dos casos de gripe) é de duas a três semanas e depois tende a cair o número de casos. Então, nós esperamos que nas próximas semanas ocorra uma diminuição acentuada do número de casos na cidade", afirmou Machado.

Ainda assim, ele orienta que as pessoas evitem aglomerações nas festas de fim de ano para que não contribuam com a propagação do vírus da gripe (Influenza).

Variante Ômicron
Em relação à Ômicron, a expectativa também é de que o sistema de saúde de BH consiga atender aos casos que estão surgindo na cidade. Machado afirmou que a variante causará um impacto no cenário epidemiológico da capital, mas que o município está preparado para assimilar os casos.

"Pode ser que parte desse aumento da demanda por doenças respiratórias seja pela Ômicron. Mas como estamos vendo, a implicação disso em internações não é proporcional ao número de casos que tivemos ambulatorialmente", analisou.

As altas taxas de vacinação na cidade são um trunfo apontado pelo secretário para a projeção otimista. "Eu me arrisco a dizer que em poucos locais do mundo a Ômicron encontrou uma população tão vacinada como em Belo Horizonte".

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