Mesmo com veterinários soltos, investigação sobre clínica suspeita de congelar animais continua

Da Redação
01/12/2019 às 08:55.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:53
 (Reprodução Google Street View)

(Reprodução Google Street View)

As investigações que apuram se a Clínica Animed, em Nova Lima, na Grande BH, congelava animais para continuar cobrando por internações permanecem, mesmo com os proprietários do estabelecimento respondendo em liberdade. Na noite desse sábado (30), a veterinária sócia da empresa chegou a ser detida pela Polícia Civil de Minas em São Paulo, depois de ficar desde o último dia 22 foragida, mas foi solta após apresentar um habeas corpus. Já o marido dela, também responsável pela Animed, e que ficou por oito dias recluso no Presídio de Nova Lima, deixou o complexo na sexta-feira (29).

"Nossa equipe está retornando para Belo Horizonte e as investigações continuam normalmente. Ainda tem muita coisa para fazermos nessa investigação", assegurou a delegada Carolina Bechelany, da Delegacia Especializada em Investigação de Crime contra a Fauna. De acordo com a Polícia Civil, os dois são suspeitos de estelionato, formação de quadrilha, maus-tratos e crimes ambientais pelo armazenamento e descarte irregulares de lixo veterinário.

Maus-tratos

Quando deflagrou a operação Arca de Noé, a Polícia Civil informou que alguns clientes relataram que o veterinário e a esposa, além de congelarem os animais, vendiam medicamentos proibidos e vencidos, reaproveitavam próteses de animais mortos, realizavam internações e procedimentos sem necessidade. Também há denúncia de que eles retiravam sangue de cães e gatos, sem a permissão dos donos, e vendiam o líquido por R$ 400.

Ao pedir a prisão do homem e da esposa dele, a Justiça também determinou a suspensão das atividades da empresa e do exercício da profissão dos dois proprietários, bem como a quebra dos sigilos bancário e fiscal de ambos. Além de maus-tratos, a investigação apurou crimes de estelionato que seriam praticados na clínica. Segundo a promotora de Meio Ambiente de Nova Lima, Cláudia de Oliveira Ignez, a movimentação nas contas dos investigados chegava a R$ 2 milhões por mês, o que é impróprio para esse tipo de negócio.

Irregularidade

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), foi constatado que produtos e substâncias tóxicas ou nocivas à saúde humana ou ao meio ambiente eram descartados de forma irregular em uma rede pluvial, que deságua no córrego do outro lado da rodovia MG-030, onde fica a clínica, ou em recipientes comuns, sem nenhuma identificação.

No dia em que a operação foi deflagrada, a clínica Animed informou que "se coloca à disposição da Justiça para esclarecimento dos fatos e afirma que irá cooperar, no que for preciso, com a investigação da Polícia Civil para que todos os fatos sejam esclarecidos o mais breve possível".

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