Metade do esgoto de Belo Horizonte será tratado

Do Hoje em Dia
29/06/2012 às 11:05.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:11
 (Maurício de Souza)

(Maurício de Souza)

Um investimento de R$ 180 milhões permitirá que metade de todo o esgoto gerado em Belo Horizonte, o que representa o descarte de 1,6 milhão de pessoas, seja tratado até o final do próximo ano na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do ribeirão Arrudas. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai aumentar a capacidade de limpeza da carga orgânica na unidade de 2.800 para 3.250 litros por segundo.

Segundo o superintendente de serviço e tratamento de efluentes da Copasa, Eugênio Álvares de Lima e Silva, serão construídos mais três decantadores, um reator, dois digestores e unidade de tratamento de odores, que são equipamentos necessários no tratamento das cargas orgânicas. Ele disse que a obra está em curso há seis meses e a previsão de termino é de mais um ano e meio.

Para receber o aumento de capacidade, a ETE Arrudas passou por outro investimento. Cerca de R$ 60 milhões foram aplicados em uma termoelétrica na unidade, concluída em julho de 2011. O valor contempla ainda outras melhorias. O gerente de autopro-dução de energia, Ricardo Negri, explicou que a estação gera 1,2 megawatt por hora, o suficiente para abastecer 4 mil residências por dia. “A unidade é quase autossuficiente quanto à energia. Durante o tratamento, é aproveitado o lodo, calor e o gás retirado no processo. A Copasa pretende implantar esse conceito em todas as estações de médio porte”, observou.

Até 2001, todo o esgoto gerado na bacia do Arrudas era lançado no curso d’água sem nenhum tratamento. Com a inauguração da ETE no ribeirão, parte desse material começou a ser tratado até atingir o percentual de 95% de limpeza da sujeira, o que contribuiu para a revitalização do rio das Velhas, onde deságua o Arrudas.

“No rio das Velhas, que já foi morto, hoje já podem ser encontrados peixes novamente na altura da cidade de Itabirito”, lembrou Eugênio. No entanto, o superintendente alerta que, para revitalizar totalmente os dois cursos d’água, é necessário eliminar o esgoto clandestino jogado pela população. “A Copasa tem um programa que identifica esse poluidor e passa as informações para a prefeitura fiscalizar. É um grande desafio limpar totalmente um rio urbano, mas esse investimento é um importante passo”, disse Eugênio Silva.

Ele ressaltou ainda que programas de conscien-tização ambiental são desenvolvidos pela empresa pública. Cerca de 25 mil pessoas visitam as estações de tratamento por ano, inclusive estudantes e moradores ribeirinhos. Outra iniciativa que contribui para a limpeza do Arrudas, em parceria com a Copasa, é o Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (Drenurbs), pelo qual estão sendo tratados os fundos de vales ocupados indevidamente. “Com os interceptadores de esgoto nesses locais, o tratamento seria completo”, afirmou o superintendente Eugênio Silva.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por