MG-050 é apontada como mais uma 'Rodovia da Morte' em Minas, segundo pesquisa

Danilo Emerich* - Hoje em Dia
16/07/2015 às 17:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:56
 (AB Nascentes das Gerais/Divulgação)

(AB Nascentes das Gerais/Divulgação)

Minas Gerais ganhou mais uma “rodovia da morte”. Além da BR-381, uma pesquisa inédita, divulgada nesta quinta-feira (16), pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), coloca a MG-050, privatizada desde 2007, como campeã de óbitos em acidentes viários nos dois últimos anos, no levantamento com dados de estradas federais e estaduais.   A MG-050, administrada pela concessionária Nascente das Gerais, liga a Região Metropolitana de Belo Horizonte a São Sebastião do Paraíso, na divisa com o Estado de São Paulo. No período analisado, em 2013 e 2014, a via acumulou 110 mortes, com forte concentração no trecho que atravessa o município de Divinópolis, na região Centro-Oeste.   Em nota, a Nascentes das Gerais não justificou o motivo do 1º lugar no ranking. A empresa informou que "em 2014 os acidentes com vítimas fatais no Sistema MG-050/BR-265/BR-491 apresentaram, na comparação com 2013, redução de 62 para 32 (cerca de 48%). O total de acidentes verificados, também na comparação entre 2013 e 2014, diminuiu 11% (1.614 em 2013 ante 1.428 em 2014)", frisou.    O segundo lugar no ranking ficou com a rodovia BR-381, com 107 registros e alta incidência no trecho compreendido pelo município de Ipatinga, no Vale do Aço.   A terceira posição ficou com a BR-265, com 65 mortes, com concentração maior em São João Del Rey, região Central de Minas. Surpreendentemente, outra rodovia estadual, a MGC-120, com destaque para o município de Ferros, aparece em 4º lugar, com 49 vítimas fatais, superando rodovias de grande tráfego, como as BR’s 116, 040 e 262.   As constatações fazem parte do Diagnóstico de Acidentes de Trânsito – Minas Gerais, produzido pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio do Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), vinculado à Subsecretaria de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema de Defesa Social (Supid). As informações foram coletadas nos Registros de Eventos de Defesa Social (Red’s).   Sem considerar Belo Horizonte, a escala das 15 principais vias de Minas Gerais com piores números no acumulado de 2013 e 2014 é composta majoritariamente por rodovias. Montes Claros é o único município em que vias urbanas aparecem como principais lugares em número de mortes em acidentes de trânsito. São elas as avenidas Deputado Esteves Rodrigues, com 05, João XXIII, com 04, e Deputado Plínio Ribeiro, com 3.     Anel Rodoviário   Em Belo Horizonte, 72 mortes foram registradas no Anel Rodoviário no intervalo de 2013 a 2014, o que representou nada menos do que 21% dos 337 óbitos em acidentes de trânsito na cidade nesse intervalo de tempo. A vice-liderança ficou com a avenida Cristiano Machado, com 22 mortes e 6,5% do total; vindo em seguida a Avenida Antônio Carlos, com 18 e 5%; a avenida Amazonas, com 10 e 3%, e a avenida do Contorno, com 6 e 2%.   No ranking dos 20 municípios com maior número absoluto de mortes em acidentes de trânsito no resultado acumulado de 2013 e 2014, Belo Horizonte lidera, com 352. Em segundo lugar, Montes Claros, com 101 vítimas fatais, seguido de Contagem, com 94, e Governador Valadares, com 90. Em quinto lugar, Uberlândia, com 86.   O diagnóstico apresenta também um ranking com base nas taxas de vítimas fatais por 100 mil habitantes e por 10 mil veículos, o que expressa melhor a incidência desse tipo de registro. Para evitar comparações entre populações muito desiguais, esse rank   A Risp 1, que tem Belo Horizonte como único município, teve, em 2013, uma taxa de 7,22 vítimas fatais por 100 mil habitantes e de 1,12 por 10 mil veículos. Em 2014, com 173 óbitos, a razão por 100 mil habitantes teve uma pequena queda, para 6,94. Em relação à frota, em 2014, a taxa praticamente ficou estável, em 1,04 por 10 mil veículos.   Em 2013, a maior taxa de mortes em acidentes de trânsito por 100 mil habitantes no Estado foi registrada na Risp 16, sediada em Unaí. Com 77 óbitos, o índice chegou a 20,8. Em relação à frota local, a Risp também teve o maior índice do Estado, de 5,83 por grupo de 10 mil veículos. No mesmo ano, seguiram-se a Risp 7, sediada em Divinópolis, com 19 mortes por 100 mil habitante e 3,9 por 10 mil veículos; a Risp 8, sediada em Governador Valadares, com 16 e 4,8; a Risp 18, sediada em Poços de Caldas, com 15,5 e 3,1; e a Risp 17, sediada em Pouso Alegre, com 15 e 3,6.   Em 2014, a Risp 8 (Governador Valadares) tomou a dianteira no que se refere à taxa por 100 mil habitantes, com 19. A taxa por 10 mil veículos na cidade polo do Vale do Rio Doce foi de 5,4. Uberaba registrou a mesma as mesmas 19 mortes por 100 mil habitantes e 3,4 óbitos por 10 mil veículos. Unaí caiu para o terceiro lugar, com 17,4 mortes por 100 mil habitantes e 4,5 por 10 mil veículos. Em quarto lugar, Curvelo, com 17,3 mortes por 100 mil habitantes e 4,7 por 10 mil habitantes. Em quinto, Divinópolis, com 17,1 mortes por 100 mil habitantes e 3,3 por 10 mil veículos.   Motos e carros   Nos acidentes com vítimas fatais de 2013 a 2014, os automóveis apareceram em maior número. Foram 36% dos veículos envolvidos. Em seguida, vieram as motocicletas, com 27% do total. Os caminhões responderam por 11%, as caminhonetes por 5% e os ônibus por 4%.   Perfil das vítimas   O Diagnóstico de Acidentes de Trânsito traçou um perfil das vítimas em Minas Gerais, considerando não só as fatais, mas também as graves ou inconscientes no período de 2013 a 2014. Pessoas do sexo masculino foram 78,3% do total, do sexo feminino, 21,3%, e não anotados no Reds, 0,4%.   O estudo mostra que, no mesmo período, as vítimas fatais e vítimas graves ou inconscientes foram principalmente pessoas no auge da capacidade produtiva. Nada menos do que 68% das vítimas tinham idade de 18 a 44 anos. Os maiores percentuais incidiram nas faixas etárias de 18 a 24 anos (24,1%) e de 35 a 44 anos (17,2%).   Causas   De acordo com as anotações nos Red’s, no período de 2013 a 2014, a principal causa presumida dos acidentes com pelo menos uma vítima fatal ou grave ou inconsciente foi a falta de atenção (19,75%). Outras causas importantes pela ordem de incidência foram velocidade incompatível (4,2%), derrapagem (4,1%), animal na pista (3,3%) e contramão de direção (3,7%).   Tipos de acidentes   Considerando também os registros com pelo menos uma vítima fatal ou grave ou inconsciente, os principais tipos de acidentes no período de 2013 a 2014 foram a colisão lateral (25,8%), o atropelamento de pessoa (12,5%), a queda de veículo (11,8%), o choque (quando o veículo atinge uma barreira fixa, como um muro ou uma árvore) e a colisão frontal (10,1%).   Mais da metade dos acidentes ocorreram de sexta-feira a domingo, sendo 14,1% às sextas, 18,7% aos sábados e 19,4% aos domingos. Os períodos da tarde e da noite concentram a incidência. Somam 66,5% dos casos, sendo 33,6% de 12:00 às 17:59 e 32,9% de 18:00 às 23:59.   Transparência   O Diagnóstico é um aprofundamento do Monitoramento de Acidentes de Trânsito 2013-2014, divulgados neste ano de 2015, de forma igualmente pioneira pela Seds juntamente com o Diagnóstico de Acidentes de Trânsito 2012-2013 e o Monitoramento de Acidentes de Trânsito 2014-2015, com dados atualizados até abril último. Para consultar, basta entrar no site www.seds.mg.gov.br, clicar em ‘Integração’ na barra superior, em seguida em ‘Estatísticas’ e, por fim, em ‘Estatísticas de Trânsito’.   (* Com Seds)

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