Militar de folga apreende arma em briga, é confundido com criminoso e perseguido por colegas

Bruno Inácio
11/11/2019 às 17:52.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:39
 (Bruno Inácio )

(Bruno Inácio )

Três policiais militares se envolveram em uma confusão, na madrugada desta segunda-feira (11), ao confundirem uns aos outros com criminosos. O caso ocorreu após uma briga em um bar no bairro Prado, região Noroeste de Belo Horizonte.

Tudo começou quando um policial, de folga, que estava em um bar na rua Erê, se envolveu numa briga com outros frequentadores do local. Testemunhas disseram que ele foi agredido e que o dono de um cachorro-quente, que estava do outro lado da via, percebeu que um dos agressores estava armado.

Segundo o major Flávio Santiago, porta-voz da PM, um dos clientes do cachorro-quente era um soldado do 39º Batalhão. Ao ser avisado pelo comerciante de que um dos envolvidos na briga poderia estar armado, o soldado resolveu atravessar a rua e intervir na confusão. Ele conseguiu tomar a arma de um dos agressores e a dupla fugiu.Bruno Inácio 

Major Santiago fala sobre ocorrência envolvendo PMs

“O soldado relatou que ouviu um dos dois agressores, do qual ele tomou a arma, dizer quando fugia: ‘vou catar outra peça’, o que ele imaginou tratar-se de outra arma”, afirmou o major.

Por isso, segundo o major, o soldado, na companhia de uma outra pessoa, decidiu ir até uma companhia para entregar a arma recolhida e pedir apoio. Foi quando a confusão aconteceu.

Dois policiais, que também estavam de folga, passavam de carro quando viram que o soldado entrou com a arma em um Palio. “Foi um cluster (aglomeração) de coincidências. Porque esses dois militares, do 22º Batalhão, passaram a perseguir o carro do soldado, achando que era um possível criminoso armado. Antes disso, eles ligaram para o batalhão e pediram apoio de viaturas”, comentou o major.

No boletim de ocorrência consta que o soldado que estava no Palio, com a arma recolhida na briga do bar, contou que achou que estava sendo perseguido pelos criminosos que disseram que tinham ido “buscar uma peça”.

“Quando ele estava próximo da avenida Tereza Cristina, na rua Uberaba, ele desceu do veículo e sacou a arma, imaginando que seria abordado pelos criminosos. Os militares que estavam no outro carro saíram e disseram ser policiais, mas o soldado relata não ter ouvido e, ao vê-los encurralando-o, disparou contra o carro”, disse Santiago.

Apoio

Os dois militares não foram atingidos, mas após os disparos, segundo a PM, entraram novamente no carro, pois decidiram sair do local e esperar pelas viaturas em serviço. O esclarecimento da história só ocorreu quando as viaturas chegaram.

“O soldado viu quando as viaturas chamadas pelos outros dois soldados chegaram e fez sinal, se identificando como PM. Ele contou que havia atirado contra os suspeitos, que fugiram. Ao relatar as características do carro dos suspeitos, os policiais na viatura informaram que eles eram, na verdade, militares e que haviam os acionado para atender a ocorrência”, explicou o major.

Após o esclarecimento, os policiais voltaram ao bar, onde encontraram o militar que foi agredido na briga machucado. Ele foi encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII com diversos ferimentos, mas sem risco de morte

A arma apreendida pelo soldado à paisana tem numeração, mas, segundo a PM, ainda não foi encontrado registro em nome de nenhuma pessoa. A Polícia Civil procura imagens de câmeras de segurança da região para tentar encontrar o dono da arma e os envolvidos na briga.

A Corregedoria da Polícia Militar abriu procedimento e acompanha as investigações do caso.

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